Dados do Trabalho


TÍTULO

CIRURGIA HIBRIDA COMPLEXA ILIACO-FEMORO-POPLITEA COM ACESSOS MULTIPLOS: RELATO DE CASO E REVISAO DE LITERATURA

INTRODUÇÃO

A Doença Arterial Obstrutiva Periférica multissegmentar(DAOPm) é um subgrupo de maior complexidade dentre os pacientes com DAOP, acometendo um subgrupo mais grave de pacientes, comumente homens idosos, diabéticos de longa duração, tabagistas e geralmente com comorbidades cardiopulmonares e renais que os colocam em um subgrupo bastante delicado de pacientes devido à alta morbimortalidade. A opção de cirurgia híbrida e estagiada pode ser uma alternativa útil na resolução de situações complexas e de difícil resolução.

RELATO DE CASO

Idoso, 79 anos, tabagista, hipertenso, diabético insulino-dependente, cardiopata severo com antecedente de IAM prévio e fração de ejeção de 33%, com isquemia crítica de membro inferior direito(sem pulsos), com dor de repouso e amputação recente do hálux direito por lesão trófica há 30 dias da admissão. Angiografia evidenciou estenoses suboclusivas em bifurcação aortoílíaca(placas coraliformes), com estenose suboclusiva semelhante em artéria femoral comum e obstrução femoropoplitea longa, reabitando segmento P1 por colaterais de profunda. Optado por revascularização pela técnica de Kissing Stent recoberto por via braquial esquerda e femoral direita com sucesso, seguido de endarterectomia femoral direita com acesso retrógrado poplíteo e captura por varal aberto com implante de stents em AFS e patch venoso safeno interno ipsilateral em AFC, com sucesso técnico.

DISCUSSÃO

Estima-se que a prevalência de DAOP seja de 10 a 25% na população acima de 55 anos. O envelhecimento da população associado à baixa qualidade da assistência básica de saúde e ausência de programas sócio-educacionais têm elevado o número de pacientes que aferem à atenção terciária em situação de isquemia crítica grave, muitas vezes multissegmentar e complexa e em um contexto de descompensação grave de enfermidades crônicas, tais como diabetes, IRC e miocardiopatias. Neste subgrupo de pacientes, a morbimortalidade chega a ser maior que a de neoplasias graves (mama, por ex.) ou assemelhada a cardiopatas severos (ICC classe funcional IV). O uso de procedimentos minimamente invasivos, às vezes estagiados e com a melhor associação de técnicas de cirurgia aberta e endovascular com acessos complexos, pode ser uma alternativa a revascularizações amplas que viabilizem o tratamento que, de outra forma, carregaria uma morbimortalidade proibitiva. Assim, em situações graves de DAOP multissegmentar em pacientes severamente enfermos, a abordagem híbrida com acessos complexos pode se configurar em uma opção viável e benéfica em um subgrupo gravíssimo de pacientes.

Área

CIRURGIA VASCULAR

Instituições

UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS - Alagoas - Brasil

Autores

Brenda Emily Dias Tavares, Elton Correia Alves, Wellington Bispo Mandinga, Maria Andreia Lopes de Freitas, Diego Espindola, Mario Amorim, Achiles Lima, Bruno Leonardo Freitas Soares