Dados do Trabalho
TÍTULO
VIAS DE ACESSO PARA A CPRE APOS O BYPASS GASTRICO: UMA REVISAO BIBLIOGRAFICA
OBJETIVO
Realizar uma revisão bibliográfica sobre as vias de acesso da CPRE em pacientes submetidos ao by-pass gástrico.
MÉTODO
Foram pesquisados artigos nos bancos de dados do “Pubmed”, com os descritores “ercp”, “gastric bypass” e “choledocholithiasis”, juntamente, com o operador boleano “AND”, entre os anos de 2014 a 2019.
RESULTADOS
A rápida perda de peso ocasionada pelo bypass gástrico em Y de Roux é um fator de risco para o desenvolvimento de coledocolitíase no pós-operatório. A litíase ocorre após emagrecimento rápido e, normalmente, após cirurgia com componente disabsortivo, embora possa ser encontrada também na perda de peso por componente restritivo. Sua etiopatogenia ainda não está estabelecida, mas as teorias incluem supersaturação da bile com colesterol mobilizado dos tecidos, ausência de contração vesicular estimulada pela colecistocinina, pela remoção do duodeno, excessiva produção de mucina e até hipocontratilidade da vesícula biliar por lesão do nervo vago. Devido à alteração anatômica pelo procedimento cirúrgico, o acesso às vias biliares para tratamento endoscópico torna-se um desafio. As vias de acesso comumente utilizadas são a enteroscópica e a transgástrica pelo estômago excluso com auxílio de laparoscopia. A primeira apresenta taxa de sucesso de 60% e possui como desvantagens a dificuldade de localização da papila duodenal maior, longo tempo de procedimento e dificuldade de orientação do equipamento. Já o acesso transgástrico, apesar de apresentar taxa de sucesso de 95%, pode apresentar complicações como pneumotórax hipertensivo, perfurações que necessitem de reparo cirúrgico e hérnias incisionais. Cabe ainda ressaltar a dificuldade em coordenar as equipes cirúrgicas e endoscópicas, o fato de ser uma via mais invasiva e de maior custo. Nesse contexto, a ecoendoscopia apresenta-se como uma nova alternativa. Por meio da localização ultrassonográfica do estômago excluso, cria-se uma passagem por meio de uma prótese autoexpansiva a partir do coto gástrico, permitindo a passagem do duodenoscópio até a segunda porção duodenal. Outra alternativa é a criação de uma gastrostomia no estômago excluso a partir de sua localização, punção e insuflação com ar, permitindo a punção percutânea. Embora não seja um método consagrado, apresenta como vantagens menor morbidade, permite a avaliação de estruturas adjacentes, diminuí o tempo de duração do procedimento, além de diminuir de forma significativa a realização de CPRE diagnóstica, ficando esta mais restrita às indicações terapêuticas. Como desvantagens essa técnica apresenta disponibilidade limitada e alto custo.
CONCLUSÕES
O acesso às vias biliares nos pacientes submetidos ao bypass gástrico continua sendo um desafio técnico, exigindo o trabalho de uma equipe multidisciplinar altamente qualificada. Embora diferentes técnicas tenham sido propostas, a técnica com maior taxa de sucesso demonstrada fora a por via transgástrica, justificando seu emprego na abordagem terapêutica desses pacientes.
Área
FÍGADO
Instituições
UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDONIA - Rondônia - Brasil
Autores
Sarah Amanda Kuster Schereder, Matheus Duque Bessa, Willian Ferreira Igi