Dados do Trabalho


TÍTULO

APLICAÇOES DA CPRE NO TRATAMENTO SINTOMATICO E DIAGNOSTICO DO PANCREAS DIVISUM: UMA REVISAO BIBLIOGRAFICA

OBJETIVO

Realizar uma revisão bibliográfica sobre as aplicações da CPRE relacionadas as complicações do pâncreas divisium (PD).

MÉTODO

Foram pesquisados artigos nos bancos de dados do “Pubmed”, “Scielo” e “Birime”, com os descritores “ercp”, “pancreas” e “divisum”, juntamente, com o operador boleano “AND”, entre os anos de 2014 a 2019.

RESULTADOS

As variações ou anomalias dos ductos pancreáticos são importantes no planejamento e performance da colangiopacreatografia retrograda endoscópica (CPRE) e nos procedimentos cirúrgicos¹. O PD é a variação congênita mais comum do pâncreas, prevalente em 7% da população², e ocorre quando a porção ventral e dorsal do pâncreas não se fundem, completa ou parcialmente, entre o 6-8 mês de gestação³. Assim, a presença da maior parte da secreção exógena é drenada pelo ducto dorsal (Santorini) através da papila duodenal menor e não pela duodenal maior, como ocorre nos indivíduos sem essa variação anatômica⁴. O PD não é consensual enquanto fator de risco para a pancreatite crônica, pois a maioria dos portadores são assintomáticos durante toda a vida, com esta variação mais relacionada à pancreatite aguda². A sintomatologia do PD é dividida em pancreatite aguda recorrentes (PAR), pancreatite crônica (PC) e dor abdominal crônica (DAC), com o tratamento pela CPRE mostrado os melhores resultados na sintomatologia de PAR⁴. A técnica consiste na descompressão do ducto dorsal pela esfincterotomia da papila duodenal menor, com a possibilidade da passagem de uma prótese, que facilita a drenagem de secreção do pâncreas dorsal³. Com isso, apesar de complicações como perfuração, pancreatite pós CPRE, sangramento e obstrução das próteses, a endoscopia ainda é a técnica que apresentou melhores resultados no tratamento do PD sintomático⁵. Nos casos de PC e DAC, 30 – 40% responderam ao tratamento endoscópico, com possibilidades terapêuticas como bloqueio de plexo celíaco, pancreatectomia distal, esfincteroplastia cirúrgica, cistojejunostomia ou pancreaticojejunostomia. Todavia, essas intervenções ainda possuem sucesso misto nesses dois grupos⁵. Ademais, a CPRE também se mostra eficaz quanto ao diagnóstico do PD, possibilitando esclarecimento das etiologias de DAC por causas idiopáticas⁶.

CONCLUSÕES

A CPRE é o método que se mostrou mais eficaz no tratamento sintomático das complicações do PD, em especial a PAR, além do diagnóstico de PD como causa de DAC idiopática, de acordo com a revisão estudada.

Área

FÍGADO

Instituições

UNIR e HAA - Rondônia - Brasil

Autores

Matheus Duque Bessa, Sarah Amanda Kuster Schereder, Willian Ferreira Igi