Dados do Trabalho
TÍTULO
PILOMATRICOMA GIGANTE: RELATO DE TRATAMENTO CIRURGICO
INTRODUÇÃO
O pilomatricoma é um tumor benigno da pele derivado da matrix do folículo piloso. As lesões geralmente são pequenas e os tumores maiores que 5 cm são considerados pilomatricomas gigantes. Clinicamente são lesões solitários, assintomáticos, indolores, bem delimitados e de crescimento lento. Cerca de 50% dos tumores são localizados na face e no pescoço, mas podem surgir em qualquer região do corpo, exceto nas regiões palmo-plantares e genital. Acomete principalmente pacientes jovens. O diagnóstico é geralmente clínico e o tratamento na maioria das vezes é cirúrgico. Relatamos o caso de um pilomatricoma gigante em localização não habitual tratado por ressecção cirúrgica associado a fechamento com retalho de avanço.
RELATO DE CASO
Paciente masculino, 32 anos, previamente hígido veio encaminhado ao ambulatório de cirurgia geral devido tumoração na panturrilha direita. Paciente referia aparecimento de lesão na perna há 3 anos, de crescimento progressivo e com sensação de peso. Negava dor, febre ou outros sintomas. Ao exame físico apresentava lesão pediculada em região posterior da panturrilha direita, de consistência endurecida, indolor e sem sinais flogísticos. Força motora estava preservada no membro acometido pela lesão. Após história clínica e exame físico, foi optado pela realização de uma ultrassonografia de partes moles. Não foi evidenciado características sugestivas de malignidade, sendo então optado pela abordagem cirúrgica. Realizada a ressecção da lesão e optado pelo fechamento com retalho de avanço. O espécime cirúrgico foi encaminhado para análise anatomopatológica. Paciente foi encaminhado para enfermaria após procedimento cirúrgico e evoluiu sem intercorrências, recebendo alta hospitalar no 2º PO. Retornou ao ambulatório com resultado anatomopatológico que evidenciava neoplasia madura de origem epitelial de aproximadamente 16x14x12cm, com focos de calcificação caracterizada por proliferação de células com citoplasma acidófilo, formando blocos irregulares. As células em geral estão apagadas (células sombra) e os blocos entremeados por faixas de fibrose com células gigantes de corpo estranho, sem indícios de malignidade e com diagnóstico de pilomatricoma.
Paciente realizou acompanhamento ambulatorial e não apresentou sintomas ou sinais de recidiva local.
DISCUSSÃO
O pilomatricoma é uma neoplasia derivada das células basais primitivas da epiderme que se diferenciam em células da matriz do pelo.3 Foi descrito pela primeira vez por Malherbe e Chenantais em 18801 e ficou conhecido inicialmente como epitelioma calcificante de Malherbe. A região da cabeça e pescoço responsável por mais de 60% dos casos, enquanto que a extremidade distal pode estar acometida em menos de 5% dos casos.A ressecção completa da lesão com margens livres é o tratamento de eleição.1,3,5,6 As taxas de recorrência pós tratamento cirúrgico são baixas, variando de 2 a 6%2 e a utilização de margens de 1 cm são essenciais para reduzir a recorrência local.
Área
CIRURGIA PLÁSTICA (Inclusive neoplasias malignas de pele)
Instituições
Hospital Geral de Carapicuíba - São Paulo - Brasil
Autores
Bruno Amantini Messias, Jaques Waisberg, Fernanda Schueler Millon, Matheus Amparado Miziara, Rebecca Santa Barbara Costa, Erica Rossi Mocchetti, Renata Salvino Zanon, Mariana Pinto Ribeiro