Dados do Trabalho
TÍTULO
ENDOCARDITE FUNGICA EM IMPLANTE DE VALVA AORTICA TRANSCATETER
INTRODUÇÃO
A endocardite infecciosa é uma doença caracterizada pela invasão de patógenos nas superfícies endocárdicas ou no material protético produzindo inflamação. A formação de vegetações é a característica fisiopatológica marcante da doença. Acomete mais comumente a valva mitral (40%), seguida da aórtica (34%). O diagnóstico é baseado nos critérios de DUKE, que combinam características clínicas, microbiológicas, patológicas e ecocardiográficas. O ecocardiograma é de extrema importância para o diagnóstico, prognóstico, avaliação de complicações e para o seguimento dos pacientes. A cirurgia esta indicada na insuficiência cardíaca intratável, infecção persistente, embolia recorrente, alta virulência do agente etiológico, endocardite fúngica e endocardite de prótese valvar intratável.
RELATO DE CASO
Paciente masculino, 80 anos, hipertenso, queixava-se de vertigem. Ao exame físico: bulhas normofonéticas, ritmo cardíaco regular, presença de sopro sistólico em foco aórtico com irradiação carotídea. FC: 54bpm, PA: 110x70mmHg. Ecocardiograma: FE 55%, valva aórtica com estenose importante, gradiente máximo: 85 mmHg e gradiente médio: 50 mmHg. Foi submetido a implante de prótese aórtica percutânea Evolut R, recebendo alta sem intercorrências. Retornou após 6 meses com febre, calafrios e clínica de insuficiência cardíaca classe III da NYHA. Novo eco evidenciou insuficiência grave da prótese valvar aórtica e imagem sugestiva de vegetação fúngica (7x7 mm). O tratamento instituído foi a troca valvar aórtica minimamente invasiva, através do explante da prótese Evolut, por meio do encolhimento do nitinol com soro gelado e implante da prótese sutureless Perceval. O paciente apresentou boa evolução pós-operatória e recebeu alta com antifúngico de uso contínuo.
DISCUSSÃO
Este é o primeiro relato de endocardite fúngica em uma prótese valvar aórtica transcateter. Ressaltamos a utilização da solução salina gelada que facilitou o explante da prótese e a manutenção perene do uso de antifúngico.
Área
MISCELÂNEA
Instituições
UniCEUB - Distrito Federal - Brasil
Autores
Mariana França Bandeira de Melo, Ângelo Santana Guerra, Isabella Godoy Gomes, Matheus Moreno de Oliveira, Eduardo Lenza Silva, Arthur Barroso Vidal Vilarinho, Marcel Takeshi Shono, Helmgton José Brito Souza