Dados do Trabalho


TÍTULO

EXTRAÇAO PERCUTANEA DE ELETRODOS DE DISPOSITIVOS DE ESTIMULAÇAO CARDIACA ARTIFICIAL - EXPERIENCIA DE SERVIÇO

OBJETIVO

A remoção do sistema de estimulação esta indicada em todos os pacientes com dispositivos
eletrônicos implantáveis que apresentem infecção de loja, com evidência de formação de
abcesso, extrusão de dispositivo, drenagem de secreção e aderência na pele. O procedimento
de extração percutânea é considerado procedimento de alto risco, com taxas de morbidade e
mortalidade acima de 11%. Entre as complicações incluem-se morte, lesão de grandes vasos,
perfuração atrial, avulsão de estruturas cardíacas, lesão de valvas cardíacas e embolização
sistêmica. Existem três modalidades de extração de eletrodos: a tração direta dos cabos por via
transvenosa, a esternotomia com cardiotomia, com o auxílio de circulação extracorpórea e a
contra-tração com bainhas (mecânicas e laser). O uso de bainhas tem demonstrado resultados
satisfatórios, com elevadas taxas de sucesso, baixo índice de complicações e reduzido tempo de
internação hospitalar e de permanência em unidade de terapia intensiva.
O objetivo deste trabalho é relatar experiência inicial do serviço com uso de bainhas mecânicas para extração de cabos-
eletrodos.

MÉTODO

Trata-se de um relato de série de casos de seis pacientes operados para extração de eletrodos
de marca passo. Todos os pacientes foram operados sob anestesia geral, com preparação para
conversão rápida com esternotomia, cardiotomia e auxílio de circulação extracorpórea. Em todas
as cirurgias havia disponibilidade de hemoderivados.

RESULTADOS

No período entre março/2016 a junho/2017 foram realizadas seis operações para extração de
eletrodos de marca-passo. Foram 04 pacientes do sexo masculino (67%) e 02 do sexo feminino
(33%), com idade que variou de 22 a 76 anos (média de 61 anos +/- 18 anos). Em 05 pacientes
(83%) a indicação para o explante do eletrodo foi por infecção. Todos com extração de eletrodo
atrial e ventricular. Em 01 paciente (17%) o explante foi realizado por disfunção do eletrodo
(ventricular). Em todos os casos foi utilizado o sistema de bainhas mecânicas (marca Cook).
Todos os procedimentos de retirada de eletrodos foram exitosos. Na série estudada, não houve
mortalidade, complicações maiores ou necessidade de hemotransfusão. Em dois pacientes
(33%), foi necessário o uso de extração combinada, com cateterização de veias subclávia e
femoral. Em um paciente (17%), observou-se hematoma de loja, sendo tratado com drenagem
simples por punção. O tempo de internação em UTI variou de 0 a 5 dias (média de 1,7 dias) e o
tempo médio de internação variou de 01 a 37 dias (média de 21 dias). O longo tempo de
internação hospitalar nos pacientes infectados deveu-se à prolongada antibioticoterapia
parenteral.

CONCLUSÕES

O uso do sistema de bainha extratora Cook mostrou-se seguro, eficiente e reproduzível, podendo
ser aplicado a um N maior de pacientes. Entretanto, esta modalidade requer treinamento
específico, planejamento minucioso e uso de sala cirúrgica plena.

Área

MISCELÂNEA

Instituições

UniCEUB - Distrito Federal - Brasil

Autores

Mariana França Bandeira de Melo, Ângelo Santana Guerra, Isabella Godoy Gomes, Matheus Moreno de Oliveira, Marcel Takeshi Shono, Arthur Barroso Vidal Vilarinho, Eduardo Lenza Silva, Helmgton José Brito de Souza