Dados do Trabalho
TÍTULO
TECNICA CIRURGICA ENDOVASCULAR NA SINDROME DE COMPRESSAO DA VEIA ILIACA (COCKETT): RELATO DE CASO
INTRODUÇÃO
A síndrome de compressão da veia ilíaca (SCVI) ou síndrome de Cockett é uma patologia pouco frequente causada por uma alteração anatômica na qual a veia ilíaca comum esquerda é comprimida de modo extrínseco pela artéria ilíaca comum direita. Essa compressão ocasiona dor e edema assimétrico em membros inferiores (MMII), podendo progredir para varizes e trombose venosa iliofemoral esquerda. Nos últimos anos, o tratamento clínico é pouco eficaz e a técnica cirúrgica aberta deu espaço para o manejo cirúrgico endovascular minimamente invasivo com a colocação de stent. Esse novo procedimento trouxe um melhor prognóstico frente a essa doença que afeta bastante a qualidade de vida dos pacientes e ainda é, na maioria dos casos, subdiagnosticada.
RELATO DE CASO
Paciente A.V.S, sexo feminino, 41 anos, branca, relatou dormência e presença de microvarizes em ambos os membros inferiores (MMII) sem presença de edema vespertino. Realizou-se USG doppler de MMII venoso, o qual evidenciou refluxo da veia ilíaca interna direita. A proposta cirúrgica foi imediatamente sugerida tendo em vista a duração dos sintomas, com prescrição de Venoruton 500 de 12/12h e solicitação de USG de membro inferior direito no pré-operatório. Para o procedimento cirúrgico, a técnica endovascular consistindo em angioplastia com balão e colocação de stent traz excelentes resultados na recanalização do sistema venoso ilíaco foi realizada, submetendo o paciente a um trauma cirúrgico mínimo. No 19º Dia Pós-cirurgia a paciente apresentou ferida operatória sem infecção e negou qualquer alteração. A conduta realizada foi a retirada de pontos bem como a manutenção do Venoruton e a realização de USG Doppler de MMII em 3 meses após a cirurgia.
DISCUSSÃO
A síndrome de Cockett é considerada uma enfermidade rara que predomina no sexo feminino entre a segunda e a quarta décadas de vida e sem fatores de risco, como é o caso da paciente de 41 anos. Apesar de poucos estudos sobre sua prevalência, estima-se que a síndrome acomete apenas 2 a 5% dos pacientes portadores de doença venosa dos membros inferiores, sendo entre 18 a 49% diagnosticado com trombose venosa profunda do membro inferior esquerdo. O desconhecimento clínico da síndrome e a consequente dificuldade e atraso em seu diagnóstico é associado a um pior resultado terapêutico. A importância deste caso mostra-se na apresentação atípica da síndrome, não apresentando o sintoma mais comum, o edema do membro inferior esquerdo presente em 85% dos casos, bem como a presença de varizes em ambos os membros inferiores e não apenas no esquerdo, o que ocorre de forma infrequente. Ainda assim, recebeu um diagnóstico e terapêutica precoces, evitando complicações como a trombose venosa profunda.
Área
CIRURGIA VASCULAR
Instituições
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA - Paraíba - Brasil
Autores
Luan Cayke Marinho de OLIVEIRA, Alexandre Ferreira da Silva VALE, Higina Rolim CORREIA, José Humberto de Oliveira LISBOA JÚNIOR, Paloma Medeiros Gomes CAVALCANTI, Rafaella Maria de Freitas ESTRELA, Vinicius Costa CALADO, Paulo Roberto da Silva LIMA