Dados do Trabalho


TÍTULO

OBESIDADE COMO FATOR CAUSADOR DE HERNIA INCISIONAL UMBILICAL EM CIRURGIA VIDEOLAPAROSCOPICA

OBJETIVO

A hérnia da parede abdominal ocorre quando parte de um órgão (normalmente, alças do intestino delgado) se desloca, através de um orifício (chamado de anel herniário), e invade um espaço indevido (saco herniário). Esse deslocamento somente é possível devido ao enfraquecimento do tecido protetor dos órgãos internos do abdômen, que pode ocorrer em consequência de um problema congênito ou pode estar associado a esforços em demasia, gestação ou obesidade, por exemplo, que deixam a parede abdominal fragilizada.
As hérnias incisionais após procedimento laparoscópico ocorrem em aproximadamente 0,1 a 0,3 % dos casos. A obesidade constitui um fator predisponente para a ocorrência de hérnias incisionais pós cirurgia videolaparoscópica.
O presente estudo buscou demonstrar a ocorrência de hérnia incisional em cicatriz umbilical em pacientes submetidos a colecistectomia videolaparoscópica e a presença de obesidade como fator de risco.

MÉTODO

Foram analisados 191 pacientes submetidos à colecistectomia videolaparoscópica com acesso a cavidade abdominal ao nível da cicatriz umbilical no período de janeiro de 2014 a dezembro de 2017. Os pacientes foram operados pela mesma equipe cirúrgica e o acompanhamento clínico após a alta hospitalar foi de no mínimo 1 ano.

RESULTADOS

O tempo de internação foi em média de um dia. Mulheres corresponderam a 69% dos casos operados e homens 31%. A média de idade foi de 50 anos, sendo o mais jovem tinha 14 anos e o mais idoso 88 anos. Inicialmente o fechamento da incisão ao nível da cicatriz umbilical foi realizado com poliglactina 910 e posteriormente foi utilizado fio de mononylon 2-0. Não ocorreu diferença na ocorrência de hérnia incisional com a mudança do tipo de fio utilizado.
Ao final do estudo, 2 pacientes ( 1,04%) desenvolveram hérnia incisional sintomática na região umbilical. Ambas as pacientes apresentavam como único fator de risco obesidade.

CONCLUSÕES

O estudo permite inferir, portanto, que o tipo de fio utilizado não interferiu na ocorrência de hérnias, sendo preconizado hoje o uso de fio inabsorvível. Outro fator evidenciado foi que a técnica cirúrgica utilizada e os cuidados pré e pós-operatórios são os balizadores de um bom resultado cirúrgico.
Pacientes obesos claramente apresentam maior propensão a desenvolverem hérnia incisional a nível umbilical, evidenciando a importância aos cuidados com os fatores de risco e consequentes complicações pós-operatórias. Ademais, o estudo endossa a relação que há entre a condição com que o paciente se apresenta no momento da cirurgia e o sucesso de sua recuperação pós-cirúrgica.

Área

PAREDE ABDOMINAL

Instituições

UNISC - UNIVERSIDADE DE SANTA CRUZ DO SUL - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

DÓRIS MEDIANEIRA LAZZAROTTO SWAROWSKY, JONATAN LEO HECK, ANA PAULA BOLZAN, BRUNA TOLFO DE OLIVEIRA, GUSTAVO LAZZAROTTO SWAROWSKY, INÁCIO SWAROWSKY