Dados do Trabalho


TÍTULO

LIPOMA GIGANTE EM REGIAO CERVICAL: RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

Lipoma é um tumor mesenquimal benigno de adipócitos maduros, considerado o tumor mais comum de tecidos moles. Localizam-se, principalmente, no tecido subcutâneo e, menos comumente, em órgãos internos. O lipoma é encapsulado, assintomático e apresenta crescimento lento e tamanho entre 2 a 10 cm. Considera-se lipoma gigante quando o tumor mede mais do que 10cm em uma de suas dimensões ou pesa mais do que 1000g. O estudo tem como objetivo relatar um caso de lipoma gigante e realizar a revisão de literatura.

RELATO DE CASO

Paciente masculino, 53 anos, natural e procedente de Porto Alegre-RS, foi encaminhado ao cirurgião de Cabeça e Pescoço em função da presença de uma massa tumoral na região da cervical no lado direito há aproximadamente 25 anos. Referiu crescimento lento. Paciente negava tanto dor, quanto dispneia, porém referiu incômodo e constrangimento em função do fator estético e leve desconforto devido ao peso da lesão. O exame físico relevou grande tumoração amolecida, indolor à palpação, bem circunscrita em região cervical e supraclavicular no lado direito. Como tratamento realizou-se a lipectomia, isto é a exérese da lesão tumoral com posterior reconstrução por sutura primária. O resultado do anatomopatológico foi de lipoma. O exame macroscópico da peça tumoral excisionada revelou porção de tecido adiposo de forma ovalada, com superfície recoberta por delgada cápsula, pesando 780g e medindo 15,0 x 9,0 x 5,5 cm. Aos cortes, mostrou-se amarelado e brilhante. No momento, após 10 anos da cirurgia, o paciente encontra-se com satisfatória cicatrização, sem aquelas funcionais e sem recidiva da lesão tumoral.

DISCUSSÃO

Consoante análise da literatura, embora lipomas pequenos sejam frequentes, lipomas gigantes são raros. Os lipomas gigantes, apesar de indolores, podem causar consequências como efeitos estéticos e incapacitantes laborais que repercutem negativamente na vida social e profissional do paciente. Ademais, há casos em que o tumor pode provocar a compressão de estruturas e órgãos adjacentes como nervos e vasos sanguíneos. O diagnóstico é clínico, porém exames de imagem são complementares e importantes sobretudo para os diagnósticos diferenciais, sendo o lipossarcoma um deles. Embora a lipoaspiração seja um método aceito, acredita-se, pois, que a técnica cirúrgica por excisão completa do tumor seja a melhor escolha para o tratamento definitivo do lipoma gigante, porque a cirurgia permite a preservação da lesão ressecada sem que haja o cisalhamento tumoral, e, assim, possibilita uma melhor análise anatomopatológica. Ademais, apresenta baixo índice de recidiva, em torno de 2%, e propicia maior segurança transoperatória no que concerne à preservação de estruturas anatômicas adjacentes ao tumor.

Área

CIRURGIA CABEÇA E PESCOÇO

Instituições

ULBRA-Universidade Luterana do Brasil - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

Marclei Brites Luzardo, Arthur Bueno Luzardo, Guilherme Ribeiro, Carolina Bueno Luzardo