Dados do Trabalho


TÍTULO

COMPARAÇAO ENTRE OS FIOS DE ALGODAO E SONDA DE SILASTIC UTILIZADOS COMO SEDENHOS NO AFASTAMENTO DOS CABOS MUSCULARES DO ESFINCTER ANAL APOS FISTULOTOMIA EM RATOS.

OBJETIVO

As fístulas anais são uma das patologias orificias mais frequentes e o tratamento convencional através das fistulotomias dilaceram não só o canal fistuloso, mas também o tecido muscular adjacente, causando incontinência importante nos pacientes submetidos a tal procedimento. Assim, novas opções terapêuticas vêm ganhando espaço, na busca de técnicas com bons índices de cura aliadas a baixas taxas de incontinência fecal, visando melhor qualidade de vida para os pacientes. Visto isso, o presente estudo visa comparar os fios de algodão e sonda de silastic utilizados como sedenhos no afastamento dos cabos musculares do esfíncter anal de ratos submetidos a fistulotomia.

MÉTODO

Foram utilizados 30 ratos Wistar, machos, alocados em três grupos, os quais receberam anestesia específica por injeção intraperitoneal; logo em seguida, foi confeccionada a fístula perianal em todos os animais pela passagem de fio de aço 1-0 no canal anal na posição lateral direita. Após 30 dias, no grupo A (controle) foi retirado o fio de aço seguido por secção do trajeto fistuloso. Nos demais grupos, o fio de aço foi substituído pelo sedenho, grupo B (fio de algodão 0) e grupo C (sonda de silastic), o qual permaneceu por mais 30 dias. Decorrido este prazo, foi realizada a fistulotomia e após sete dias a eutanásia, sendo ressecado um cubo contendo o canal anal e o trajeto fistuloso aberto para posterior análise histológica. Os espécimes sofreram avaliação do grau de fibrose produzida e do afastamento dos cabos musculares, sendo os resultados submetidos a tratamento estatístico pelo teste não-paramétrico de Kruskal-Wallis, estabelecendo-se como significante p < 0,05.

RESULTADOS

Em relação a avaliação do grau de afastamento dos cabos musculares do esfíncter anal, medido em micrometros (μm), houve diferença significativa entre os três grupos (p < 0,00001). O grupo A contabilizou a maior média de afastamento com 107,9 μm, seguido pelo grupo B com 82,4 μm e por último o grupo C com a menor média de 53,5 μm. A sonda silastic obteve resultado superior com menor afastamento dos cabos musculares, com diferença significativa em relação ao algodão e também ao grupo controle (p=0,00016). Já a fibrose, classificada em 0 (ausente), 1 (moderada) ou 2 (severa), o grupo A obteve média 1,1, já o grupo B 0,9 e o grupo C 0,6. Quantitativamente, não houve diferença estatística significativa entre os três grupos em relação ao grau de fibrose determinada pela quantidade de fibras colágenas depositadas na zona de cicatrização (p=0,352).

CONCLUSÕES

Levando em consideração o processo inflamatório mais contido aliado a um menor afastamento dos cabos musculares do esfíncter anal, o uso da sonda de silastic previamente a fistulotomia é uma melhor estratégia válida para preservação da camada muscular.

Área

EXPERIMENTAL / PESQUISA BÁSICA

Instituições

Universidade Anhanguera Uniderp - Mato Grosso do Sul - Brasil

Autores

Ana Laura Sanches Lima, Beatriz Schorro Gianini, Bruna Miranda Santana, Carlos Henrique Marques dos Santos, Doroty Mesquita Dourado, Juliano Seger Falcão, Lucas Bannwart, Sara Jéssica Falcão Câmara