Dados do Trabalho


TÍTULO

ABDOMEN AGUDO EM PACIENTE IDOSO

INTRODUÇÃO

A dor abdominal está entre as 25 principais causas de consulta em atenção primária. Em pacientes idosos as principais causas são doença biliar, obstrução intestinal, isquemia, infarto intestinal e diverticulite. Tendo em vista a ampla gama de possibilidades diagnósticas, torna-se de suma importância a anamnese detalhada e a investigação adequada dos sintomas para um diagnóstico efetivo. Este relato tem como objetivo expor um caso de abdômen agudo em paciente idoso, com ênfase no processo de investigação sintomatológica.

RELATO DE CASO

Paciente idosa, 89 anos, sexo feminino interna em um hospital de ensino do interior do Rio Grande do Sul por queixa de dor abdominal de forte intensidade e vômitos associados à parada de eliminação de flatos e fezes há 24 horas. Apresentava histórico de cirurgia cardíaca e episódios de encarceramento de hérnia inguinal direita. Na admissão hospitalar, o exame clínico não apresentava alterações significativas, apenas leve desidratação, abdômen sensível a palpação e a presença de massa abdominal palpável em abdômen esquerdo. Solicitou-se TC de abdômen o qual apresentou dilatação de alças intestinais de intestino delgado, com ponto de transição provavelmente na altura da hérnia inguinal à direita. Realizou-se laparotomia exploratória, o qual visualizou-se obstrução de intestino delgado com tumoração há cerca de 40 cm da válvula ileocecal. Optou-se por ressecção do segmento comprometido e anastomose termino-terminal. Paciente com boa evolução pós-operatória, sem complicações e intercorrências, sendo liberada no 7º dia de internação.

DISCUSSÃO

Abdome agudo é uma patologia com elevada morbimortalidade e que requer atendimento médico imediato. A incidência está aumentando em idosos, em decorrência do envelhecimento da população mundial. As causas mais comuns de abdome agudo nos indivíduos com mais de 60 anos são obstrução intestinal por tumores colorretais, fecalomas, apendicite, colecistite, hérnias inguinais e isquemia mesentérica. Dentre essas patologias, a mais prevalente é a colecistite, seguida pela obstrução intestinal. O quadro obstrutivo pode ser de origem mecânica ou funcional, possuindo diversas causas, como aderências, hérnias, fezes compactadas, cálculos, tumores, corpos estranhos, volvo e intussuscepção. A apresentação clínica geralmente é sutil, com pouca ou indolor ao exame físico, febre e leucocitose discreta pela imunodepressão. No atendimento, devemos sempre atentar para uma boa anamnese, exame físico completo, e, se necessário, direcionar exames complementares. Na conduta inicial, procede-se com manejo de jejum, hidratação endovenosa, analgesia, antibioticoterapia contra gram negativos e anaeróbios, monitorização continua e correção de distúrbios hidroeletrolíticos, acidobásico e coagulopatia. Sinais de irritação peritoneal, choque ou pneumoperitoneo ao exame de Raio X são complicações dessa patologia e devem ser tratadas o mais rapidamente possível por abordagem cirúrgica com laparotomia.

Área

URGÊNCIAS NÃO TRAUMÁTICAS

Instituições

UNISC - UNIVERSIDADE DE SANTA CRUZ DO SUL - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

DÓRIS MEDIANEIRA LAZZAROTTO SWAROWSKY, INÁCIO SWAROWSKY, ANA PAULA BOLZAN, JULIANE JUNGES, LUIZ MIGUEL DONCATTO, GUSTAVO LAZAROTO SWAROWSKY, LUDIMILA MULLER DE MORAES, BRUNA TOLFO DE OLIVEIRA