Dados do Trabalho


TÍTULO

RESULTADOS DA OXIGENIOTERAPIA HIPERBARICA ANTES DA ENXERTIA DE PELE EM LESAO TRAUMATICA DO PE

INTRODUÇÃO

A oxigenioterapia em câmara hiperbárica(OCH) tem sido indicada para o tratamento de feridas crônicas ou agudas como úlceras de membros inferiores, pés diabéticos infectados ou úlceras de pressão, queimaduras e traumas extensos. Descrevemos um caso do uso da oxigenioterapia no tratamento de uma ferida aguda traumática de membro inferior.

RELATO DE CASO

RICS, 72 anos, mulher, hipertensa, deu entrada no serviço, vítima de atropelamento por automóvel, apresentando lesão lacerativa de pé direito, com exposição ligamentar, músculo-tendínea e óssea, dor intensa e limitação de flexo-extensão de pé direito (FIG. X). Foi submetida a correção cirúrgica que consistiu em lavagem da ferida, desbridamento e sutura primária.
Evoluiu no pós-operatório com necrose de derme e exposição tendínea (FIG. Y). A seguir, foi realizado desbridamento, introduzido antibiótico (Meropenem) e aplicado sessões de oxigenioterapia hiperbárica (5 vezes). Após 3 meses da primeira cirurgia foi executada novo procedimento para a correção do desenluvamento traumático do pé direito que consistiu na enxertia de pele parcial epidérmico oriundo da coxa da paciente (FIG. Z) e sessões de fisio/cinesioterapia.

DISCUSSÃO

Uma ferida complexa, complicada ou difícil de cicatrizar, tem sido definida como aquela que não cicatriza de forma ordenada e oportuna com a terapia convencional. Está associada a perda cutânea extensa, viabilidade comprometida dos tecidos (concomitante com isquemia e necrose local), infecções e associação com doenças sistêmicas1. A OCH é um tratamento adjuvante para feridas hipóxicas, por levar a uma melhor angiogênese e estimular os fatores de crescimento e outros mediadores da cicatrização1. OCH auxilia no preparo desses pacientes para tratamento cirúrgico, bem como otimiza as chances de integração dos enxertos1,2. A enxertia em espessura parcial pode ser indicado para situações mais críticas, considerando-se a maior chance de integração, com resultados estéticos inferiores, principalmente quando submetidos à expansão prévia3,4.
1. ANDRADE, Sabrina Meireles de and SANTOS, Isabel Cristina Ramos Vieira. Oxigenoterapia hiperbárica para tratamento de feridas. Rev. Gaúcha Enferm. [online]. 2016, vol.37, n.2, e59257. Epub July 07, 2016. ISSN 1983-1447. http://dx.doi.org/10.1590/1983-1447.2016.02.59257.
2. Pignatti VTP, Cunha MTR, Marinho MAO, Soffner JP, Santos TGMG. Trauma de membros inferiores com desenluvamento: opções terapêuticas associadas à oxigenoterapia hiperbárica adjuvante. Relatos Casos Cir.2017;(1):1-4.
3. Mello DF, Demario LA, Helene Jr A. Técnicas para retirada de enxertos primários de retalhos traumáticos em áreas de desenluvamento. Rev Bras Cir Plast. 2014;29(1):142-5.
4. Eskes A, Vermeulen H, Lucas C, Ubbink DT. Hyperbaric oxygen therapy for treating acute surgical and traumatic wounds. Cochrane Database of Systematic Reviews 2013, Issue 12. Art. No.: CD008059. DOI: 10.1002/14651858.CD008059.pub3.


Área

CIRURGIA PLÁSTICA (Inclusive neoplasias malignas de pele)

Instituições

Hospital Municipal Prof. Dr. Alipio Correa Netto - São Paulo - Brasil

Autores

Luiz Eduardo Guimaraes Salinas, Lourenilson Jose Souza