Dados do Trabalho


TÍTULO

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE DOR PÉLVICA EM MULHERES

INTRODUÇÃO

A dor pélvica aguda é uma queixa bastante comum em mulheres, podendo ser de origem somática, visceral ou ambas. Também é classificada em causas ginecológicas e não ginecológicas. A história e o exame físico, associados a exames laboratoriais e de imagem são fundamentais para definir o diagnóstico. Em casos selecionados e de incertezas diagnósticas pode-se indicar a laparoscopia na avaliação da dor pélvica aguda nessas pacientes. Esse relato tem por objetivo avaliar a importância da laparoscopia no diagnóstico diferencial da dor pélvica aguda em pacientes do sexo feminino em idade fértil.

RELATO DE CASO

Paciente feminina, 36 anos, internou em hospital do interior do Rio Grande do Sul, por queixa de dor de forte intensidade em fossa ilíaca direita há 12 horas, com parada de eliminação de flatos e fezes, dor em membro inferior direito a deambulação. Histórico de cesariana prévia, sem comorbidades. Sem anormalidades ao exame físico, apenas dor à palpação da pelve em nível de anexos, sem sinais de irritação peritoneal. Realizados ultrassonografia (US) transvaginal de urgência que demonstrou líquido livre na pelve e tomografia computadorizada (TC) que evidenciou apêndice com trajeto em direção a fossa ilíaca direita, levemente aumentado de volume e com diâmetro transverso em torno de 7 mm. Tendo em vista a dúvida diagnóstica procedeu-se a videolaparoscopia diagnóstica onde evidenciou-se apêndice cecal com aspecto normal e um cisto ovariano volumoso com aspecto isquêmico a direita com líquido livre na pelve. Realizada apendicectomia videolaparoscópica e ressecção do cisto ovariano. Paciente com boa evolução pós-operatória, sem intercorrências, tendo alta no terceiro dia de internação.

DISCUSSÃO

Uma anamnese detalhada e um exame físico completo são de suma importância para direcionar a investigação diagnóstica e identificar condições ameaçadoras a vida, com necessidade de intervenção cirúrgica imediata. Ademais, todas as mulheres em idade reprodutiva, independentemente da história sexual ou contracepção, devem realizar beta hCG durante a avaliação da dor abdominal ou pélvica. O exame de imagem para avaliação inicial da dor pélvica aguda é a US, que associada com a história e clínica da paciente geralmente permite confirmar o diagnóstico e indicar ou não a abordagem cirúrgica. Pode-se utilizar a TC nos casos de incerteza diagnóstica. Já a laparoscopia é uma abordagem indicada principalmente para pacientes com dor pélvica crônica, porém também pode ser indicada nos casos agudos que mesmo após realização de exames menos invasivos a hipótese diagnóstica permanece incerta. Também tem papel fundamental quando os diagnósticos diferenciais consistem em patologias ameaçadoras a vida e que necessitam de intervenção cirúrgica precoce. Assim como evidenciado no caso da paciente descrita, que o diagnóstico final foi estabelecido a partir da abordagem laparoscópica, assim como o tratamento definitivo.

Área

URGÊNCIAS NÃO TRAUMÁTICAS

Instituições

UNISC - UNIVERSIDADE DE SANTA CRUZ DO SUL - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

DÓRIS MEDIANEIRA LAZZAROTTO SWAROWSKY, LUIZ MIGUEL DONCATTO, ANA PAULA BOLZAN, BRUNA TOLFO DE OLIVEIRA, JULIANE JUNGES, LUCAS BRUM DE AZAMBUJA, GUSTAVO LAZAROTO SWAROWSKY, INÁCIO SWAROWSKY