Dados do Trabalho


TÍTULO

IMPACTO DA ABREVIAÇAO DO JEJUM NO PACIENTE CIRURGICO

OBJETIVO

Analisar os efeitos da abreviação do jejum nos pacientes cirúrgicos.
Objetivos específicos
Verificar o impacto nos custos hospitalares dos pacientes que tiveram o jejum abreviado;
Verificar se há mudanças no tempo de permanência hospitalar quando o jejum dos pacientes cirúrgicos é abreviado.

MÉTODO

Foi enviada dieta líquida com carboidrato e proteína aos pacientes: quando a cirurgia se deu pela manhã, foi entregue suplemento proteico sem gordura às 23 horas do dia anterior. Os que fizeram cirurgia no período da tarde, foi entregue um suplemento proteico sem gordura mais chá até quatro horas antes da cirurgia. Os pacientes obesos graus II e III, com distúrbios gastroesofágicos importantes, síndrome de estenose pilórica, câncer obstrutivo de TGI, pacientes diabéticos com glicemia acima de 180 mg/dL e internação menor de quatro horas antecedente à cirurgia foram excluídos do processo.

RESULTADOS

Foram avaliados 1633 pacientes internados para cirurgia eletiva (ortopedia, urologia, cirurgia geral, vascular, ginecologia, neurologia, plástica, otorrinolaringologia). Abreviado o jejum de 161 pacientes (10% do total de pacientes cirúrgicos). O tempo de internação total dos pacientes que o jejum não fora abreviado (n=1271) foi de 3,937 ± 7,876 dias contra 2,708 ± 1,592 dias daqueles (n=161) cujo protocolo fora aplicado (P<0.0001-CI95% 3.534-4.340 vs CI95% 2.460-2.956). Quanto aos custos hospitalares encontramos significativa associação entre o menor tempo de internação (tempo médio de 3,816 ± 0,1857 N1633 CI95% 3,451-4,180) e menores custos hospitalares (média de R$ 23.603,00 ± 1581 CI95% 20.502-26.703) pela correlação de Spearman (P<0.0001). A média dos custos hospitalares entre o grupo de pacientes com jejum abreviado foi de R$ 16.386,00 ± 1221 (CI95% 13.975-18.798) e tempo médio de permanência de 2,708 ± 0,1254 dias (CI95% 2,460-2,956) contra R$ 24.392,00 ± 1747 (CI95% 20.964-27.820) e tempo de permanência de 3,937 ± 0,2053 dias (CI95% 3,534-4,340) dos pacientes que o jejum não foi abreviado, mostrando redução de aproximadamente 13% nos custos totais das cirurgias e um dia de internação. Os pacientes com jejum ≥11,5 horas tiveram 264,8 vezes mais chances de apresentar náuseas e/ou vômitos.

CONCLUSÕES

A abreviação do jejum é segura para os pacientes submetidos às cirurgias eletivas. É possível prevenir surgimento de náuseas e vômitos no pós-operatório quando tiramos os pacientes do estado de jejum prolongado. Redução do tempo de permanência em um dia. Redução dos custos hospitalares em aproximadamente 13%. Cirurgias com grau de complexidade maior (como colecistectomia por exemplo), cujo jejum foi abreviado, não apresentaram complicações. Quando comparamos os pacientes desta cirurgia que apresentaram complicações com os que não tiveram, a redução do tempo de permanência foi maior e a redução dos custos hospitalares subiu para 72%.

Área

EXPERIMENTAL / PESQUISA BÁSICA

Instituições

Hospital Rede D´Or São Luiz Unidade Villa Lobos - São Paulo - Brasil

Autores

Luis Filipe Figliolino, Andrea Bottoni, Sergio Garnes