Dados do Trabalho


TÍTULO

LINFANGIOMA DE INTESTINO DELGADO: UM RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

O linfangioma é um tumor benigno raro caracterizado pela proliferação de espaços linfáticos. Seu desenvolvimento ocorre devido à falha de comunicação dos gânglios linfáticos com o sistema de drenagem venosa. Representa 6% dos tumores do intestino delgado encontrados em crianças e 1,4% - 2,4% em adultos. Pode causar complicações, necessitando de cirurgia de emergência. A sintomatologia é inespecífica ou ausente e os exames complementares pouco específicos, dessa forma, na maioria dos casos o diagnóstico é realizado de forma incidental no intra-operatório.

RELATO DE CASO

B.B.O, sexo masculino, 29 anos, admitido no Hospital Regional com queixa de dor em fossa ilíaca direita (FID), com 3 dias de evolução, associada a diarreia. Negava febre, náuseas ou vômitos. Ao exame físico, apresentava abdome plano, ruídos hidroaéreos diminuídos, normotenso, doloroso à palpação difusa, com plastrão palpável em FID e sinal de Blumberg positivo. Ultrassonografia de abdome evidenciou distensão líquida de alças em flanco direito com discreto borramento de planos adiposos locais e presença de apêndice cecal medindo 7 mm em seu diâmetro transverso com sinais inflamatórios. Decidido por exploração cirúrgica, no intra-operatório observa-se grande quantidade de líquido de aspecto entérico, apêndice cecal sem sinais de inflamação e presença de grande massa tumoral perfurada em intestino delgado, localizada a 2 metros do ângulo de Treitz (imagem 1). Realizada ressecção em bloco do mesentério e segmento de intestino delgado com enteroanastomose látero-lateral. O exame anátomo-patológico diagnosticou linfangioma atingindo todas as túnicas, com áreas hemangiomatosas e peritonite aguda supurativa. O paciente apresentou boa evolução pós-operatória, recebeu dieta do terceiro dia pós-operatório e alta no quinto dia.

DISCUSSÃO

Linfangiomas são malformações benignas do sistema linfático, congênitos e raros. Houve apenas 19 casos relatados de 1960 a 2009. Possui crescimento lento, geralmente assintomático e quando de intestino delgado, sua apresentação clínica é inespecífica, se manifestando com náuseas, vômitos, desconforto ou dor abdominal. Seu diagnóstico é difícil e requer confirmação anátomo-patológica. Em 90% dos casos o diagnóstico se dá até o segundo ano de vida. Por ser inespecífico seu diagnóstico muitas vezes é realizado no momento da complicação, que pode se apresentar como hemorragia, infecção, perfuração, intussuscepção, torção, ruptura; No caso relatado, o paciente em idade adulta, foi abordado cirurgicamente quando houve perfuração da alça de delgado e, após análise anatomopatológica, definimos o diagnóstico.
O tratamento de escolha é a ressecção completa do segmento acometido, pois a ressecção incompleta pode causar recorrência. A coagulação com plasma de argônio tem sido utilizada para ablação e contenção de sangramentos. No caso relatado, o paciente foi submetido à enterectomia em bloco com ressecção total da lesão, como preconiza a literatura.

Área

INTESTINO DELGADO

Instituições

HOSPITAL REGIONAL DE PRESIDENTE PRUDENTE - São Paulo - Brasil

Autores

HELEN BRAMBILA JORGE, JOSE ANTONIO DE OLIVEIRA JUNIOR, ADRIELLE ANDRADE PUGAS, MARCEL DEPIERI ANDRADE, PAULO GARDENAL TELES, IGOR ANTONIO SPILKA, FELIPPPE ANTONIO GOES SCORSIONI, JOAO DE FREITAS MELO