Dados do Trabalho
TÍTULO
VERSATILIDADE DO ENXERTO COMPOSTO NA RECONSTRUÇAO DE ASA NASAL
INTRODUÇÃO
O nariz é uma estrutura central na face, com grande importância estética e funcional. É particularmente exposto a traumas e neoplasias cutâneas, tornando sua reconstrução um desafio para o cirurgião plástico (QUINTAS, R.C.S; 2013). Uma de suas subunidades é a asa nasal, região que exige não apenas resultados estéticos, mas também funcionais, em sua reconstrução. A técnica de uso de pele autóloga com subjacente cartilagem auricular (enxerto composto) para reconstrução nasal foi introduzido pela primeira vez por Konig em 1902. Desde a sua descrição, o enxerto composto auricular tem sido usado em reconstrução nasal para uma variedade de finalidades (CHEN, C. 2018). Trata-se de uma técnica versátil e segura, com excelentes resultados na reconstrução de ampla gama de defeitos da válvula nasal interna, alvéolo nasal / ala e vestíbulo, com baixa morbidade das áreas doadoras, cumprindo com eficácia seu objetivo reparador funcional e estético (CERATTI, T.A 2012; RAO, N. 2017). Neste trabalho serão apresentados dois casos distintos em que foi utilizado tratamento cirúrgico de reconstrução com enxerto composto. Ressaltamos a escassez de relatos científicos abordando o uso dessa técnica, o que nos motivou a expor nossa experiência.
RELATO DE CASO
Caso 1 – V.P.C, masculino, 80 anos, história de carcinoma basocelular recorrente em asa nasal esquerda. Optado por tratamento cirúrgico com ressecção em bloco da subunidade anatômica, interessando pele, cartilagem e mucosa nasal. Reconstrução com enxerto composto de hélix auricular. Caso 2 – D.M.S, masculino, 55 anos, história de mordedura humana com comprometimento de mucosa nasal direita, cartilagem lateral superior e inferior direita. Optado por tratamento cirúrgico com reconstrução em dois tempos envolvendo: 1º reconstrução da narina (forro nasal e cartilagem) com enxerto composto e confecção de retalho médio frontal baseado nas artérias supra-orbital e supra-troclear; 2º ressecção do pedículo do retalho, após autonomização (30 dias) com refinamento e liberação de pele.
DISCUSSÃO
A reconstrução da asa nasal apresenta importância na funcionalidade das vias aéreas e esteticamente na simetria nasal (KAYA, I. 2017). Os tecidos auriculares e da região nasal possuem rica vascularização, com densa rede endotelial, o que permite que a nutrição por embebição do enxerto composto auricular para a região nasal ocorra com mais eficiência que outros tecidos (CERATTI, T.A; 2012). Quanto aos resultados a longo prazo, sabe-se que a cartilagem auricular mantém-se no formato moldado, sofrendo raras distorções e mínima ou nenhuma absorção. As complicações mais comuns são: colapso da válvula nasal externa, cicatriz hipertrófica e assimetria de contorno (CHEN, C. 2018). Nos casos relatados, apesar do tempo limitado de seguimento no pós-operatório, não foram encontradas complicações; os pacientes apresentam-se satisfeitos, com boa função e aspecto estético satisfatório.
Área
CIRURGIA PLÁSTICA (Inclusive neoplasias malignas de pele)
Instituições
UFTM - Minas Gerais - Brasil
Autores
Jéssica Souza Magalhães, Manoel Pereira Silva Neto, João Pedro Rodrigues Pereira, Vaneila Adrieli Padilha, Fabrícion Reis Oliveira, Camila Magalhães Coelho, Fernanda Ribeiro e Fonseca, Luiza Mota Sousa