Dados do Trabalho
TÍTULO
TROMBOSE EM VEIA MESENTERICA SUPERIOR EM PACIENTE MASCULINO DE 58 ANOS: RELATO DE CASO
INTRODUÇÃO
A trombose venosa mesentérica é uma causa rara de isquémia mesentérica, potencialmente letal. A sua apresentação é insidiosa, o que dificulta o seu diagnóstico em fase inicial.
RELATO DE CASO
Sexo masculino, 58 anos, recebido em unidade de urgência com dor em região periumbilical há 15 dias evoluindo para dor intensa há 4 dias com irradiação para o dorso e piora após ingesta de alimentos e líquidos. Em resposta ao exame físico, observou-se em regular estado geral, consciente, orientado, corado, acianótico, anictérico e afebril. Procedeu-se ao exame abdominal que apresentou-se globoso, flácido e doloroso a palpação em lado direito com ruídos hidroaéreos presentes. Já a tomografia de abdômen total, apresentou derrame pleural, borramento da gordura com formação de coleção em região de hipocôndrio direito, presença de trombo em veia porta, placas de calcificações em parede de aorta, artérias ilíacas e femorais, cisto cortical em rim esquerdo. Foi diagnosticado com trombose em veia mesentérica superior. A conduta adotada foi laparotomia exploradora, enterectomia parcial e enterro anastomose, em caráter de urgência. Realizado incisão xifo-púbica, identificada isquemia de alça de delgado 20 cm da válvula íleo cecal, feita enterectomia de 40 cm, com saída de trombos de vasos ressecados, ligadura e verificada hemostasia, confeccionada anastomose entérica término terminal. Após a colocação de drenos, ocorreu o fechamento por planos. O paciente foi encaminhado para a unidade de terapia intensiva. No quarto dia foi transferido para a enfermaria onde iniciou com quadros de dor em flanco esquerdo tipo cólica, após a ingesta de líquidos e alimentos e episódios de diarreicos de forte odor e cor verde escuro. Dessa maneira, retornou para a unidade de terapia intensiva após dez dias de pós-operatório apresentando uma fistula com baixo débito. Foram prescritos cuidados de terapia intensiva, medicamentos, terapia anticoagulante e dieta parenteral. Apresentou melhora do quadro e foi encaminhado para a enfermaria. Após vinte e nove dias, obteve alta hospitalar.
DISCUSSÃO
Em termos gerais a trombose de veia mesentérica apresenta-se clinicamente sob as formas: aguda, subaguda ou crónica. Na forma aguda a sintomatologia inicial é exuberante, desproporcional aos achados físicos e com rápida evolução. Na subaguda a dor abdominal persiste ao longo de dias ou semanas. Na forma crónica não ocorrem sintomas durante a instalação de trombose, manifestando-se por sinais de hipertensão portal. Os achados laboratoriais são inespecíficos, sendo que leucocitose e acidose aparecem em fase tardia. Destaca-se a importância dos exames de imagem para o diagnóstico. Há, ainda, associação com trombofilia subjacente: défice de proteína C, défice de antitrombina III e síndrome anti-fosfolipídico. A cirurgia está indicada para os casos em que existe evidência clínica ou imagiológica de perfuração ou isquemia intestinal, quando não há necrose o tratamento é a anticoagulação.
Área
INTESTINO DELGADO
Instituições
COREME UNIVERSIDADE BRASIL - São Paulo - Brasil
Autores
Gustavo Rivelli Lamboglia, Trícia Aline Ribeiro Pattini de Souza , Raissa Silva Frota, Amanda Oliva Spaziani, Talita Costa Barbosa, Leonardo Faidiga, Pedro Gomes Barbosa Júnior , Luiz Gustavo Madi Antonio