Dados do Trabalho


TÍTULO

LITIASE BILIAR COM EVOLUÇAO PARA COLECISTECTOMIA ELETIVA EM PACIENTE PEDIATRICO

INTRODUÇÃO

A litíase biliar no adulto é estudada com profundidade e muitos conceitos sobre fatores de risco, etiopatogenia, quadro clínico, diagnóstico, complicações, tratamento e prognóstico são estabelecidos. Em oposição, sabe-se menos sobre a epidemiologia e terapêutica na infância. Apesar disso, essa patologia vem sendo identificada com frequência, seja por aumento na prevalência, secundária a situações clínicas predisponentes ou pela melhora dos métodos diagnósticos.

RELATO DE CASO

Paciente do sexo masculino, 6 anos, recebido em unidade de emergência com febre (39 graus Celsius) e dor em hipocôndrio direito. Em resposta ao exame físico, observou-se corado, hidratado, acianótico, anictérico, nutrido, eupneico e em sobrepeso (IMC 27). Procedeu-se ao exame abdominal que apresentou hérnia umbilical irredutível, ruídos hidroaéreos normais, dor à palpação abdominal superficial e profunda em hipocôndrio direito, descompressão brusca e sinal de Murphy negativos. Já o ultrassom de abdômen total apresentou vesícula biliar sem paredes espessadas e com duas imagens hiperecogênicas, móveis, produtoras de sombra acústica posterior e diâmetro de 0,64cm, sugestivas de cálculos. O hemograma apresentou leucocitose com neutrofilia e linfopenia. Foi diagnosticado com litíase biliar aguda e tratado com medicamentos sintomáticos. Foi solicitado o exame eletroforese de hemoglobina que obteve resultado dentro dos padrões de normalidade (HbA1: 96,1%, HbA2: 2,9% e HbF:1%). A conduta adotada foi colecistectomia e herniorrafia umbilical, 7 meses após, de forma eletiva, devido a persistência dor em hipocôndrio direito e episódios de vômitos pós-prandiais. Evoluiu com 10 pontos no Score de Aldrete Kroulik (A/K), RHA diminuídos, som timpânico, resistente à palpação e doloroso no local da incisão no primeiro dia de pós-operatório. A incisão de Kocher e a incisão longitudinal em região umbilical permaneceram sem sinais flogísticos e o paciente evoluiu sem complicações. O anatomopatológico da vesícula retirada apresentou-se dentro dos padrões de normalidade.

DISCUSSÃO

A epidemia de obesidade infantil contribui para aumentar o risco de litíase biliar em crianças e adolescentes. Portanto, os pediatras devem estar preparados para essa patologia. Os fatores de risco na faixa etária pediátrica estão mudando e tendem a ser iguais aos da população adulta, como sexo feminino, obesidade, gravidez e uso de anticoncepcionais orais, além das doenças hematológicas. São necessários estudos epidemiológicos para definir a prevalência de litíase biliar sintomática e assintomática em crianças e adolescentes e estudos para melhor compreensão dos fatores de risco de litíase biliar na infância.

Área

CIRURGIA PEDIÁTRICA

Instituições

COREME UNIVERSIDADE BRASIL - São Paulo - Brasil

Autores

GUSTAVO RIVELLI LAMBOGLIA, TRICIA ALINE RIBEIRO PATTINI DE SOUZA, Luiz Gustavo Madi Antonio, Amanda Oliva Spaziani, Guilherme Rivelli Lamboglia , Laura Chalub, Cintia Abilio, Leonardo Faidiga