TÍTULO

QUALIDADE DE VIDA E FATORES PREDITIVOS PARA COMPLICAÇOES EM PACIENTES SUBMETIDOS A ABDOMINOPLASTIA APOS GASTROPLASTIA

OBJETIVO

Avaliar os fatores preditores de complicações pós-operatórias e qualidade de vida dos pacientes que foram submetidos a abdominoplastia após considerável perda ponderal.

MÉTODO

O estudo incluiu 107 pacientes submetidos a abdominoplastia após bypass gástrico em Y de Roux (RYGB) no período de janeiro de 2011 a dezembro de 2016. Dados demográficos, clínicos e antropométricos incluindo idade, sexo, peso, altura, índice de massa corporal (IMC) pré-bariátrico, IMC pré-abdominoplastia (IMC atual), perda ponderal antes da abdominoplastia, variação do IMC e comorbidades, foram incluídos na análise. A abdominoplastia incluiu uma paniculectomia combinada com amplo descolamento da região abdominal superior, correção da diástase do músculo reto-abdominal e transposição umbilical. A variante flor-de-lis ou âncora incluiu uma ressecção vertical da linha média. A avaliação da qualidade de vida foi mensurada com o questionário de Moorehead-Ardelt. As análises estatísticas foram realizadas usando software SPSS versão 20.0 (Statistical Package for Social Studies; IBM Corp., Armonk, NY, USA). Diferenças entre grupos foram consideradas significativas para valores de P < 0.05. Regressão logística univariável foi usada para examinar o impacto de fatores individuais no desenvolvimento de qualquer complicação, com regressão multivariável usada como controle para possíveis confundidores.

RESULTADOS

A amostra incluiu 107 pacientes consecutivos com perda ponderal massiva após RYGB que foram submetidos a abdominoplastia sozinha ou combinada com outras cirurgias de contorno corporal. Noventa e oito pacientes (91,6%) eram mulheres e 9 (8,45) eram homens, com uma média de idade de 40.9 anos. O peso médio antes da perda ponderal massiva era de 120,8 kg, e o peso médio antes da abdominoplastia era de 73,1 kg. O IMC médio pré-abdominoplastia era 27,6 kg/m2, com uma média de perda de peso antes da abdominoplastia de 47,7 kg. Oitenta pacientes (74,8%) foram submetidos a abdominoplastia clássica e 27 pacientes (25,2%) foram submetidos a técnica de ancora. A taxa total de complicações foi de 23,4%. Os parâmetros que predizeram significantemente complicações foram quantidade de tecido removido do abdome > 2000 g, variação de IMC > 20 kg/m2 e idade > 40 anos. Todos os domínios da qualidade de vida foram melhorados com a plástica reparadora, mais de 90 % dos pacientes relataram uma melhora na qualidade de vida (pontuação média de 2,1).

CONCLUSÕES

Os dados apresentados nesse estudo sugerem que a abdominoplastia promove uma melhora da qualidade de vida em pacientes pós-bariátricos. Além disso, os fatores preditores de complicações pós-operatórias incluíram quantidade de tecido removido > 2000 g, variação de IMC > 20 kg/m2 e idade > 40 anos no momento da abdominoplastia. A cirurgia de contorno corporal em pacientes pós-bariátricos pode ser otimizadas com cuidadosa seleção do paciente, planejamento pré-operatório e reconhecimento dos fatores preditores para complicações pós-operatórias nessa população de pacientes.