Dados do Trabalho


TÍTULO

ANALISE EPIDEMIOLOGICA DO TRATAMENTO CIRURGICO DE GRAVIDEZ ECTOPICA

OBJETIVO

A gravidez ectópica consiste na implantação do blastocisto fora da cavidade uterina resultando em distúrbios e até emergências obstétricas com risco à saúde da gestante. A incidência é maior entre mulheres de 18 e 35 anos e, embora apresente mortalidade entre 10 a 15% dos casos, é a principal causa de infertilidade em mulheres em idade fértil. O estudo objetiva analisar o perfil epidemiológico dos tratamentos cirúrgicos referentes à gravidez ectópica, de modo a identificar seu panorama nacional.

MÉTODO

Foi realizada uma coleta observacional, descritiva e transversal dos dados disponíveis no DATASUS – Sistema de Informações de Procedimentos Hospitalares do SUS (SIH/SUS) – de janeiro de 2014 a outubro de 2018, avaliando número de internações, número de óbitos, taxa de mortalidade, distribuição geográfica, média de permanência hospitalar, caráter de atendimento, complexidade e valor médio da internação.

RESULTADOS

Entre o período analisado, ocorreram, no Brasil, 46.453 internações para tratamento cirúrgico de gravidez ectópica. A região com maior número de internações foi a Sudeste, com 18.709 casos (40,27%), sendo que o estado de São Paulo obteve o maior índice, com 10.024 internações, o que corresponde à 21,57% do valor nacional. Por outro lado, a região com menos procedimentos foi a Centro-Oeste, com 4.086 casos (8,79%). Dessas internações, 44.416 (95,61%) tiveram caráter de atendimento de urgência, enquanto que 2.037 (4,39%) tiveram caráter eletivo. Todos os procedimentos cirúrgicos foram considerados de média complexidade, tendo ocorrido 29 óbitos em decorrência da cirurgia obstétrica, com a maior taxa de mortalidade sendo na região Norte, com 0,18 a cada 1.000 procedimentos/ano (92 internações e 20 óbitos), o dobro da taxa nacional. Em contrapartida, as regiões Sudeste e Sul registraram a menor taxa de mortalidade, com 0,02 casos a cada 1.000 casos/ano. Ademais, a média de permanência nacional foi de 2,8 dias e o valor médio da internação foi de R$538,03.

CONCLUSÕES

Conclui-se, portanto, que apesar da região sudeste conter maior número de casos de tratamento de gravidez ectópica, esta mesma região obteve maior porcentagem de sucesso nos procedimentos em relação as outras regiões do país. O resultado visto demostra que, apesar de serem casos recorrentes, a estrutura regional e o grau de desenvolvimentos dos hospitais que atendem esses casos influenciam diretamente na saúde da genitora assim como na viabilidade do recém-nascido. A maioria dos eventos relatados referem-se a situações emergenciais, fato que agrega complexidade as intervenções realizadas. Desta forma, considera-se que nos casos de gravidez ectópica, estruturação adequada e profissionais qualificados são necessários para o sucesso dos procedimentos.

Área

GINECOLOGIA

Instituições

Universidade de Vassouras - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

Thaís Moreira Lara, Giovanna Vidal Belo, Iara Almeida Adorno, Isabella Cristine da Silva Sant'Anna, Luiza Barreto Lemos, Raul Ferreira de Souza Machado, Caio Teixeira dos Santos, Aline Trovão Queiroz