Dados do Trabalho


TÍTULO

TRATAMENTO CIRURGICO DE REFLUXO GASTRESOFAGICO: EPIDEMIOLOGIA

OBJETIVO

A doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) ocorre por alterações no peristaltismo esofagiano, no esfíncter esofágico inferior e/ou no esvaziamento gástrico, resultando em refluxo de conteúdo gástrico. Os sintomas típicos são pirose e regurgitação, com eventuais eructações e os sintomas atípicos são dor torácica, pigarro, disfonia e tosse não produtiva. Podem ocorrer complicações como esofagite erosiva, esôfago de Barrett, estenose e adenocarcinoma do esôfago. Trata-se a DRGE com terapias medicamentosas, mas nota-se uma crescente na abordagem cirúrgica. Assim, este estudo visa analisar os dados relativos ao tratamento cirúrgico de DRGE no país.

MÉTODO

Foi realizada uma coleta observacional, descritiva e transversal dos dados disponíveis no DATASUS – Sistema de Informações de Procedimentos Hospitalares do SUS (SIH/SUS) – de janeiro de 2014 a outubro de 2018, avaliando número de internações, número de óbitos, taxa de mortalidade, distribuição geográfica, média de permanência hospitalar, caráter de atendimento, complexidade e valor médio da internação.

RESULTADOS

No Brasil, foram realizadas 5.596 internações para tratamento cirúrgico de refluxo gastroesofágico, entre o período de janeiro de 2014 e outubro de 2018. A região com menos procedimentos foi a Norte, com 184 casos (3,28%). Em contrapartida, a região com maior número de internações foi a Sudeste, com 2.574 casos (45,99%), sendo que o estado de São Paulo obteve o maior índice, com 1.619 internações, o que corresponde à 28,93% do valor nacional. Dessas internações, 4.278 (76,44%) tiveram caráter de atendimento eletivo, enquanto que 1.318 (23,56%) tiveram caráter de urgência. Todos os procedimentos cirúrgicos foram considerados de média complexidade, tendo ocorrido 63 óbitos em decorrência da cirurgia, com a maior taxa de mortalidade sendo na região Norte, com 2,72 a cada 1.000 casos/ano (184 internações e 5 óbitos), mais do que o dobro da taxa nacional. As únicas regiões que apresentaram taxa de mortalidade menor do que a nacional foram a Sul e a Centro-Oeste, com taxas de 0,35 e 1,08 casos a cada 1.000 casos/ano, respectivamente. Outrossim, o valor médio da internação foi de R$1.722,05 e a média de permanência nacional foi de 6,7 dias.

CONCLUSÕES

Conclui-se, portanto, que a baixa prevalência dos casos não justifica a alta mortalidade na região Norte. Indaga-se, então, quanto à qualificação das equipes de saúde, bem como da infraestrutura precária dos setores, pois não surpreende o oposto que se vê na região Sudeste, cuja mortalidade é menor frente à maior demanda. Por se tratar de internações predominantemente eletivas, qualificar os profissionais e reconhecer o panorama da DRGE possibilita direcionar ações que otimizem o atendimento, tanto a nível hospitalar quanto de prevenção da enfermidade. Ademais, é preciso que os encaminhamentos cirúrgicos sejam individualizados, visto que a resposta ao tratamento clínico e cirúrgico é semelhante, devendo ser avaliado o que será melhor para o paciente.

Área

ESÔFAGO

Instituições

Universidade de Vassouras - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

Thaís Moreira Lara, Giovanna Vidal Belo, Iara Almeida Adorno, Sara Batista de Paula, Fernanda Florenzano Neves, Maria Carolina da Silva Gaspar, Raul Ferreira de Souza Machado, Adriana Rodrigues Ferraz