Dados do Trabalho


TÍTULO

ISQUEMIA DA ARTERIA MESENTERICA SUPERIOR, EM POS OPERATORIO DE COLECTOMIA DIREITA POR ADENOCARCINOMA DE COLON: RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

Isquemia mesentérica é uma patologia rara, com alta taxa de mortalidade(60%), incide 1:1000 admissões hospitalares nos Estados Unidos. Na maioria dos casos, são decorrentes de embolias ou oclusões trombóticas. Os principais fatores de risco para embolias são fibrilação atrial, infarto do miocárdio recente e neoplasia. O tromboembolismo é uma complicação comum em pacientes com doença maligna. A trombose associada ao câncer está relacionada a pior prognóstico, sendo a segunda causa de morte em pacientes oncológicos.

RELATO DE CASO

O.T.V, masculino, 58 anos, 10º dia pós-operatório de colectomia direita, iniciou quadro de dor abdominal difusa associada a parada de eliminação de flatos e fezes. Ao exame físico apresentava abdôme distendido, timpânico e doloroso à palpação superficial e profunda. A tomografia computadorizada de abdome identificou diminuição do fluxo da artéria mesentérica superior. Realizada heparinização plena por 3 dias, sem resolução do quadro e indicado cirurgia. Durante a laparotomia exploradora foram evidenciadas alças isquêmicas desde o jejuno, a 25 cm do ângulo de Treitz, até a anastomose. Realizada enterectomia e colectomia, com jejunostomia terminal. Em laudo anátomo-patológico foi evidenciado necrose hemorrágica perfurada em íleo terminal e infarto hemorrágico transmural em cólon ascendente associados a peritonite aguda fibrinopurulenta. A margem de ressecção cirúrgica proximal apresentou-se livre de comprometimento isquêmico. Não houve sinais de malignidade. O paciente evoluiu sem complicações e recebeu alta no quarto dia pós operatório e foi submetido a reconstrução de trânsito intestinal após um ano.

DISCUSSÃO

A isquemia mesentérica ocorre devido ao aporte sanguíneo insuficiente, levando a dano inflamatório e necrose da parede intestinal. No caso relatado provavelmente a trombose mesentérica ocorreu pela doença de base (neoplasia maligna de cólon), que altera a coagulabilidade sanguínea, aumentando a incidência de trombos. Vários fatores de risco para desenvolvimento de trombose coexistem em pacientes com câncer, incluindo cirurgias prévias, admissão hospitalar, imobilização, quimioterapia, dentre outros. A utilização de heparina de baixo peso molecular no manejo da trombose reduz morbidade e mortalidade, melhorando a qualidade de vida. O dano ao intestino é proporcional à redução do fluxo mesentérico e pode variar de lesões mínimas, devido à isquemia reversível, até dano transmural com subsequente necrose e perfuração. No caso foi utilizada heparina em dose plena, para amenizar o quadro durante a oclusão parcial e permitir máxima preservação do órgão. Devido à falta de sinais específicos e uma evolução silenciosa, a patologia é diagnosticada tardiamente. A abordagem terapêutica da isquemia mesentérica inclui terapia medicamentosa e cirúrgica. São incluídos procedimentos de restauração do fluxo com arteriotomia, endarterectomia ou revascularização, enquanto a ressecção do segmento necrótico é sempre realizada.

Área

ESTÔMAGO E DUODENO

Instituições

HOSPITAL REGIONAL DE PRESIDENTE PRUDENTE - São Paulo - Brasil

Autores

HELEN BRAMBILA JORGE, ADRIELLE ANDRADE PUGAS, MARCEL DEPIERI ANDRADE, IGOR ANTONIO SPILKA, FELIPPE ANTONIO GOES SCORSIONI, PAULO GARDENAL TELES, JOAO DE FREITAS NETO, GABRIELA VASCONCELLOS OLIVERIO