Dados do Trabalho


TÍTULO

HENIA DE AMYAND COM APENDICITE GRAU II

INTRODUÇÃO

Hérnia de Amyand consiste na protrusão do apêndice vermiforme, inflamado ou não, no saco herniário inguinal. Essa condição é rara e apresenta uma prevalência de 1% (0,19-1,7%) das hérnias inguinais. Está associada à apendicite em 0,1% (0,07-0,13%) dos casos e é evidenciada mais comumente como hérnia indireta, podendo estar acompanhado do ceco e do colón direito. A apresentação típica de sintomas inclui inchaço inguinal e sensibilidade nesta área, o que pode levar ao diagnóstico equivocado de hérnia encarcerada. O diagnostico é realizado na maioria das vezes durante a exploração cirúrgica. Em casos de apendicite aguda associada, o tratamento se baseia na apendicectomia e reparo da hérnia.

RELATO DE CASO

Paciente masculino, 53 anos com queixa de dor em fossa ilíaca direita há dois dias. Relata aparecimento de massa em região inguinal direita há 20 dias, indolor, porém com piora do quadro há 2 dias, associado a náuseas e vômitos, sem sinais obstrutivos. Ao exame físico, possuía hérnia inguinal direita irredutível. Perante o diagnostico de hérnia inguinal encarcerada, propôs-se tratamento cirúrgico imediato. No intra-operatorio evidenciou a presença de saco herniário contendo apêndice cecal inflamado Tipo II na classificação de Losanoff e Basson. O apêndice cecal foi reduzido, realizado a apendicectomia pela incisão de McBurney e correção da parede abdominal inguinal direita sem prótese, pela técnica de Liechtenstein. O diagnóstico de apendicite aguda foi confirmado pelo exame anatomo-patológico. O paciente apresentou boa evolução, tendo alta hospitalar no terceiro dias pós-operatório.

DISCUSSÃO

A hérnia de Amyand é uma condição rara, porém deve estar entre os diagnósticos diferenciais de quadros que apresentem dor na região da fossa ilíaca, inchaço inguinal e sinais de infecção. Seu manejo varia de acordo com a classificação da hérnia, porem quando associada à apendicite aguda, possui indicação absoluta de apendicectomia e no reparo herniário sem o uso de tela.

Área

COLOPROCTOLOGIA

Instituições

FACULDADE DE MEDICINA FACERES - São Paulo - Brasil

Autores

Pedro Nogarotto Cembraneli, Julia Brasileiro de Faria Cavalcante, João Vitor Soares Vicentini, Gabriel Ambrogi