Dados do Trabalho
TÍTULO
CANCER DE PENIS - REALIDADE BRASILEIRA
INTRODUÇÃO
O câncer de pênis tem incidência aumentada em países em desenvolvimento se comparado a países desenvolvidos (0,4% contra 10 a 20% das neoplasias malignas em homens). No Brasil representa 2% de todos os tipos de câncer em homens, sendo mais frequente na região norte e nordeste. Em 2013 foi responsável por 396 mortes no Brasil. Os fatores de risco para tal neoplasia são: fimose, tabagismo, DST, e baixo nível sócio-econômico. Em geral, o pico de incidência é em torno de 50 anos e os pacientes apresentam baixa escolaridade, má instrução e má higiene íntima. O tratamento depende da extensão local e acometimento de linfonodos regionais
RELATO DE CASO
GDS, 73 anos, apresentou lesão vegetante extensa, de odor fétido, com áreas ulceradas e sangrante, com sinais de infecção, em todo corpo do pênis, de evolução de aproximadamente 10 meses. Associado a espessamento de cadeia linfonodal inguinal bilateral. Recebido na enfermaria da UCG-HRT, após 3 dias de internação foi submetido a penectomia total + orquiectomia bilateral (emasculação). Técnica cirúrgica realizada: posição de litotomia. Realizado antissepsia e assepsia seguido de incisão peniana circunscrita com liberação por planos até base peniana. Realizado ligadura de veias penianas superficiais, veia dorsal peniana, liberação e ligadura dos corpos membranosos. Realizado liberação da uretra com sondagem vesical e rafia de lesão em corpo esponjoso (Figura 4). Realizado orquiectomia bilateral por endurecimento testicular. Peças encaminhadas ao anatomopatológico.
Realizado implantação da uretra em base de incisão mediana, aproximação de planos e colocação de dreno em sítio cirúrgico. Realizado abertura da uretra mediosuperiormente com espanação de óstio uretral . Por fim, realizado síntese da pele. No 2 dia pósoperatório foi retirado dreno hemovascular, pois não apresentava débito. Evoluiu sem intercorrências, sendo liberado com SVD 3 dias após o procedimento, com regulação da Tomografia e retorno para o ambulatório de urologia.
DISCUSSÃO
O diagnóstico tardio e a baixa procura por tratamentos pioram o prognóstico do paciente pela necessidade de cirurgias multiladoras que impactam fortemente nos aspectos físicos, sexuais e psicológicos do homem. Para combate ao câncer de pênis, políticas públicas devem ser estabelecidas no sentido de identificar grupos de risco, realizar campanhas educativas e desenvolver estratégias de detecção e tratamento precoce. Deve-se priorizar a prática de higiene íntima, estímulo ao uso de preservativo e vacinação contra HPV.
Área
UROLOGIA
Instituições
Hospital Regional de Taguatinga - Distrito Federal - Brasil
Autores
Camila Temporim Alencar, Anyelle Amaro de Sousa, Rony Mafra Lima, BARBARA STEPHANE De Medeiros Jerônimo, Paula de Souza Pereira, Mariana Magalhâes Rodrigues dos Santos, Micael Cruz Santana, Marine Gontijo Freitas