Dados do Trabalho


TÍTULO

ABDOME AGUDO OBSTRUTIVO POR RUPTURA DE BALAO GASTRICO: UM RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

A inserção do balão gástrico é uma ponte terapêutica pois, auxilia na perda de peso e otimiza o manejo do paciente antes do tratamento definitivo, a cirurgia bariátrica. É considerada como um método seguro e bem tolerado, associado a uma baixa taxa de complicações. Geralmente, é recomendado para tratar pacientes extremamente obesos ou com comorbidades.

RELATO DE CASO

L.M.S, 39 anos. Avaliada em 01/11/18 queixou-se de dor epigástrica intensa há cerca de 1 dia sem fatores desencadeantes ou de piora, com melhora parcial com o uso de analgésicos e após vômitos numerosos e fecalóides. Informa parada de eliminação de flatos e fezes há 1 dia. Nega febre e refere diurese sem alterações. Relata procedimento cirúrgico para colocação de balão gástrico há 1 ano e 3 meses.
Ao exame físico, paciente apresentava-se em REG, hidratada, corada, anictérica, acianótica e afebril e abdome globoso, flácido, doloroso à palpação difusa. Foi realizada radiografia de rotina para abdome agudo e mostrou distensão em delgado com níveis hidroaéreos. Efetuada a tomografia computadorizada de abdome sem contraste, mostrou a presença de corpo estranho em topografia de delgado com aparente projeção de balão gástrico em válvula íleocecal. Foi tomada uma conduta conservadora, na expectativa da migração do corpo estranho através da válvula ileocecal e assim, desobstrução. Paciente foi mantida em dieta zero, sonda nasogástrica e hidratação venosa.
Durante o procedimento foi encontrado obstrução em íleo terminal com distensão de alças de delgado a montante e corpo estranho intraluminal nessa topografia. Foi feita uma enterotomia de 2 cm em borda antimesentérica em topografia da obstrução, com eletrocautério, e retirada do corpo estranho, sendo confirmado que se tratava realmente do balão. Posteriormente, foi feito enterorrafia com Vicryl 3.0 por sutura contínua.
Evoluiu com vômitos no pós operatório que foi bem responsivo ao tratamento e após 4 dias recebeu alta hospitalar.

DISCUSSÃO

Apesar de ser um método seguro, o balão gástrico quando inserido por endoscopia, deve ser retirado após 6 meses, pois, a sua permanência prolongada leva à complicações como, esofagite, necrose, úlceras gástricas e ruptura do balão.
O caso mostrou que a cirurgia videolaparoscópica é factível para os casos de obstrução intestinal por corpo estranho e também uma internação abreviada e conforto para a paciente.

Área

INTESTINO DELGADO

Instituições

Universidade Católica de Brasília - Distrito Federal - Brasil

Autores

Fernanda Kiyomi Chaves, Arivaldo Bizanha