Dados do Trabalho


TÍTULO

ANALISE DOS PROCEDIMENTOS DE FECHAMENTO DE FISTULA TRAQUEO-CUTANEA NAS REGIOES BRASILEIRAS EM 10 ANOS

OBJETIVO

Analisar o atual panorama de procedimentos de fechamento de fístula traqueocutânea realizados no Brasil durante 10 anos e correlacionar a epidemiologia atual com os resultados obtidos.

MÉTODO

Realizou-se uma revisão sistemática da literatura e uma coleta observacional, descritiva e transversal dos dados dos procedimentos de traqueorrafia e/ou fechamento de fístula traqueocutânea disponíveis no DATASUS – Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) por um período de dez anos – novembro de 2008 a novembro de 2018 – avaliando valor de gastos públicos, complexidade, taxa de mortalidade, óbitos, permanência e caráter de atendimento e artigos disponíveis em Scielo, Lilacs e PubMed.

RESULTADOS

Em casos de traqueostomia prolongada, pode haver epitelização do trajeto fistuloso, gerando fístulas traqueocutâneas que não fecham espontaneamente, necessitando intervenção cirúrgica, que consiste em desbridar o trajeto fistuloso e realizar a rotação de retalhos musculares mais próximos para restaurar a mecânica respiratória. No período analisado observou-se 3.612 internações para a realização de procedimentos de tratamento fechamento de fístula traqueocutânea, representando um gasto total de R$3.649.930,70, sendo 2017 o ano com maior número de internações (461) e 2016 o ano responsável pelo maior valor gasto durante o período (R$510.866,61). Do total de procedimentos, 2.377 foram realizados em caráter eletivo, 1.187 em caráter de urgência e 48 por outras causas, tendo sido todos considerados de média complexidade. A taxa de mortalidade total nos 10 anos estudados foi de 1,88, correspondendo a 68 óbitos, tendo sido 2008 o ano com taxa de mortalidade mais alta, 3,51, enquanto os anos de 2014 e 2017 apresentaram a menor taxa, 1,30. A taxa de mortalidade dos procedimentos eletivos foi de 0,50 em comparação a 4,72 nos de urgência. A média de permanência total de internação foi de 3,6. A região brasileira com maior número de internações foi a Sudeste com 1.963 internações, seguida da região Sul com 692, Centro-Oeste com 441, Nordeste com 399 e, por último, a região Norte com 117 internações. Entre as unidades da federação, o estado de São Paulo concentrou a maior parte das internações, contabilizando 1.345. A região com maior número de óbitos foi a Sudeste com 30 casos, enquanto a região Centro-Oeste apresentou o menor número, com 3 óbitos registrados. A região Norte apresentou a maior taxa de mortalidade (3,42), seguida pela região Nordeste (3,01). Já a região Centro-Oeste apresentou a menor taxa, com valor de 0,68.

CONCLUSÕES

Pode-se observar o grande número de procedimentos realizados no período e seu impacto financeiro. É válido salientar a importância da prevenção de situações que possam levar às fístulas, tendo em vista a maior taxa de mortalidade na abordagem de urgência, comparada ao eletivo. Além disso, evidenciar a necessidade da notificação correta dos procedimentos, devido à ausência de determinadas informações, visando aprimorar a análise epidemiológica atual.

Área

CIRURGIA TORÁCICA

Instituições

Universidade de Vassouras - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

Caio Teixeira dos Santos, Raul Ferreira de Souza Machado, Yago Paranhos de Assis, Natalia Parreira Arantes, Ivana Picone Borges de Aragão