Dados do Trabalho


TÍTULO

LEVANTAMENTO DOS PROCEDIMENTOS DE CORREÇAO DE COMUNICAÇAO INTERATRIAL E INTERVENTRICULAR NAS REGIOES BRASILEIRAS EM 10 ANOS

OBJETIVO

Analisar o atual panorama de procedimentos de correção e fechamento de comunicação interatrial e interventricular realizados no Brasil durante 10 anos e correlacionar a epidemiologia atual com os resultados obtidos.

MÉTODO

Realizou-se uma revisão sistemática da literatura e uma coleta observacional, descritiva e transversal dos dados de correção e fechamento de comunicação interatrial e interventricular, independente de faixa etária, disponíveis no DATASUS – Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) por um período de dez anos – novembro de 2008 a novembro de 2018 – avaliando valor de gastos públicos, complexidade, taxa de mortalidade, óbitos, média de permanência e caráter de atendimento e artigos disponíveis em Scielo, Lilacs e PubMed.

RESULTADOS

Segundo a literatura, a comunicação interventricular é a cardiopatia acianótica mais frequente em crianças, seguida da comunicação interatrial, que é também a mais frequente no adulto, correspondendo a cerca de 40% de todas elas. No período analisado, foram observadas 24.033 internações para a realização de procedimentos de correção e fechamento de comunicação interatrial e interventricular no Brasil, representando um gasto total de R$292.260.966,75 sendo 2009 o ano com maior número de internações (2.967), e 2011 o ano responsável pelo maior valor gasto durante o período (R$32.959.013,21). Do total de procedimentos, 16.048 foram realizados em caráter eletivo e 7.985 em caráter de urgência, tendo sido todos os 24.033 procedimentos considerados de alta complexidade. A taxa de mortalidade total nos 10 anos estudados foi de 3,27, correspondendo a 787 óbitos, tendo sido 2008 o ano com taxa de mortalidade mais alta, 4,03, enquanto o ano de 2014 apresentou a menor taxa, 2,12. A taxa de mortalidade dos procedimentos eletivos foi de 2,34 em comparação a 5,16 nos de urgência. A média de permanência total de internação foi de 10,4. A região brasileira com maior número de internações foi a Sudeste com 9.873 internações, seguida da região Nordeste com 5.555, Sul com 4.996, Centro-Oeste com 2.707 e, por último, a região Norte com 902 internações. Entre as unidades da federação, o estado de São Paulo concentrou a maior parte das internações, contabilizando 5.217. A região com maior número de óbitos foi a Sudeste com 322 casos, enquanto a região Norte apresentou o menor número com 50 óbitos. A região Norte apresentou a maior taxa de mortalidade (5,54), seguida pela região Centro-Oeste (3,62). Já a região Nordeste apresentou a menor taxa, com valor de 2,65.

CONCLUSÕES

Pode-se observar o grande número de procedimentos realizados no período e seu impacto financeiro. É válido salientar a importância da detecção precoce da patologia, tendo em vista que o acompanhamento permite a abordagem em caráter eletivo, com menor taxa de mortalidade em comparação com a urgência. Além disso, evidenciar a necessidade da notificação correta dos procedimentos, devido à ausência de determinadas informações, visando aprimorar a análise epidemiológica atual.

Área

CIRURGIA TORÁCICA

Instituições

UNIVERSIDADE DE VASSOURAS - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

Raul Ferreira de Souza Machado, Caio Teixeira dos Santos, Natalia Parreira Arantes, Yago Paranhos de Assis, João Paulo Brum Paes, Ivana Picone Borges de Aragão