Dados do Trabalho


TÍTULO

RECIDIVA DO VIRUS DA HEPATITE B EM PACIENTES SUBMETIDOS AO TRANSPLANTE HEPATICO

OBJETIVO

Avaliar fatores relacionados à recidiva do Vírus da Hepatite B (VHB) em pacientes pós transplante hepático (TH).

MÉTODO

Estudo transversal, realizado no Serviço de Assistência Especializada (SAE) de Rio Branco - Acre de janeiro de 2008 a julho de 2018, através de análises de prontuários médicos. Para avaliar os fatores relacionados a recidiva viral foram utilizados os testes qui quadrado de Pearson e de Monte Carlos e para os faotres relacionados a sobrevida foram utilizados a Análise de Sobrevivência de Kaplan-Meier e teste de regressão Cox.

RESULTADOS

Dos 21 pacientes analisados, 85,7% eram masculino com idade média 46,23 (DP±14,05). Todos eram portadores de cirrose por infecção crônica pelo VHB, sendo 16 (76,2%) coinfectados com Vírus da Hepatite D e 3 (14,3%) coinfectados com Vírus da Hepatite C. 6 (28,6%) pacientes tinham Carcinoma Hepatocelular (CHC) e 17 (81%) possuíam sinais clínicos de hipertensão portal. No pré-operatório, 86,7% dos pacientes estavam em tratamento, sendo mais comum a monoterapia com entecavir (83,3%), e os demais com lamivudina monoterapia ou em associação com adefovir. 9 (42,8%) pacientes possuíam PCR-DNA positivos no momento da cirurgia e 6 (28,6%) possuíam HBeAg reagente. O TH em sua maioria foi por doador morto (95,2%), sem nenhuma mortalidade operatória e com média do MELD 23,75 (DP±7,15). O imunossupressor mais utilizado foi o tacrolimus (90,6%). No pós-TH, 90,5% utilizaram a monoterapia com entecavir, seguido do esquema lamivudina e adefovir (9,2%) e apenas 2 pacientes utilizaram Imunoglobulina Anti-hepatite B. Como desfecho primário houve 1 óbito e 2 falhas do enxerto seguidas de re-transplante, estando os mesmos relacionados aos valores de PCR-DNA pós-TH (p< 0,001). A recidiva do VHB ocorreu em apenas 3 (14,4%) dos pacientes, estando estatisticamente relacionada ao diagnóstico pré-transplante de CHC (p = 0,003), sinais clínicos de hipertensão portal (p = 0,012) e valor do PCR-DNA pré-transplante (p = 0,045).

CONCLUSÕES

A presença do PCR-DNA detectável no período pós-transplante implica em maior mortalidade e falha de enxerto. Para minimizar este desfecho é importante manejar adequadamente a hipertensão portal e tratar a infecção pelo VHB, a fim de alcançar carga viral indetectável, sobretudo nos pacientes portadores de CHC, uma vez que são fatores relacionados a recidiva viral.

Área

TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS

Instituições

Universidade Federal do Acre - Acre - Brasil

Autores

MELQUIOR BRUNNO MATEUS de MATOS, MIGUEL TOMITA YASUO NICACIO, ALBERTO PEREIRA FIRMINO FILHO, EVERTON FELIPE DO VALE ARAUJO, JOÃO VITOR COELHO PACHECO, TERCIO GENZINI, CIRLEY MARIA DE OLIVEIRA LOBATO