Dados do Trabalho


TÍTULO

ANALISE DOS PROCEDIMENTOS DE TRATAMENTO CIRURGICO DE DEFEITOS CONGENITOS DO TORAX NAS REGIOES BRASILEIRAS EM 10 ANOS

OBJETIVO

Analisar o atual panorama de procedimentos cirúrgicos de defeitos congênitos do tórax realizados no Brasil durante 10 anos e correlacionar a epidemiologia atual com os resultados obtidos.

MÉTODO

Realizou-se revisão sistemática da literatura e coleta observacional, descritiva e transversal dos dados dos procedimentos cirúrgicos de defeitos congênitos do tórax disponíveis no DATASUS – Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) por um período de dez anos – novembro de 2008 a novembro de 2018 – avaliando valor de gastos públicos, complexidade, taxa de mortalidade, óbitos, média de permanência e caráter de atendimento e artigos disponíveis em Scielo, Lilacs e PubMed.

RESULTADOS

As anomalias congênitas constituem importante causa de morte em crianças menores de um ano. Independente da estrutura intratorácica malformada, o método cirúrgico é única alternativa de cura, indicado, também, para deformidades congênitas mais comuns da parede torácica. No período analisado, foram observadas 1.552 internações para a realização de procedimentos de tratamento cirúrgico de defeitos congênitos do tórax no Brasil, representando um gasto total de R$2.837.012,51 sendo 2017 o ano com maior número de internações (173), e 2014 o ano responsável pelo maior valor gasto durante o período (R$357.815,31). Do total de procedimentos, 1.125 foram realizados em caráter eletivo, 426 em caráter de urgência e um por outras causas, tendo sido 1.251 considerados de alta complexidade e 301 de média complexidade. A taxa de mortalidade total nos 10 anos estudados foi de 1,22, correspondendo a 19 óbitos, tendo sido 2012 o ano com taxa de mortalidade mais alta, 2,80, enquanto o ano de 2010 apresentou a menor taxa, 0,61. A taxa de mortalidade dos procedimentos eletivos foi de 0,71 em comparação a 2,58 nos de urgência. A média de permanência total de internação foi de 5,6. A região brasileira com maior número de internações foi a Sudeste com 945 internações, seguida da região Sul com 369, Nordeste com 139, Centro-Oeste com 69 e, por último, a região Norte com 30 internações. Entre as unidades da federação, o estado de São Paulo concentrou a maior parte das internações, contabilizando 803. A região com maior número de óbitos foi a Nordeste com 10 casos, enquanto a região Centro-Oeste apresentou o menor número, com um óbito. A região Nordeste apresentou a maior taxa de mortalidade (7,19), seguida pela região Centro-Oeste (1,45). Já a região Sudeste apresentou a menor taxa, com valor de 0,53, não havendo registro na região Norte.

CONCLUSÕES

Pode-se observar que o número de procedimentos realizados ainda é reduzido, mas responsável por um alto custo, sendo válido salientar a importância da detecção precoce das patologias, visto que a abordagem em caráter eletivo apresenta menor taxa de mortalidade em comparação com a urgência. Além disso, evidenciar a necessidade da notificação correta dos procedimentos, devido a falta de dados e ausência de determinadas informações, visando aprimorar a análise epidemiológica atual.

Área

CIRURGIA TORÁCICA

Instituições

UNIVERSIDADE DE VASSOURAS - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

Raul Ferreira de Souza Machado, Caio Teixeira dos Santos, Natalia Parreira Arantes, Yago Paranhos de Assis, João Paulo Brum Paes, Ivana Picone Borges de Aragão