Dados do Trabalho


TÍTULO

LEVANTAMENTO DOS PROCEDIMENTOS DE IMPLANTE DE MARCAPASSO CARDIACO MULTI-SITIO NAS REGIOES BRASILEIRAS EM 10 ANOS

OBJETIVO

Analisar o atual panorama de procedimentos de implante de marcapasso cardíaco multi-sítio realizados no Brasil durante 10 anos e correlacionar a epidemiologia atual com os resultados obtidos.

MÉTODO

Realizou-se uma revisão sistemática da literatura e uma coleta observacional, descritiva e transversal dos dados de implante de marcapasso cardíaco multi-sitio endocavitário e epimiocárdico disponíveis no DATASUS – Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) por um período de dez anos – novembro de 2008 a novembro de 2018 – avaliando valor de gastos públicos, complexidade, taxa de mortalidade, óbitos, média de permanência e caráter de atendimento e artigos disponíveis em Scielo, Lilacs e PubMed.

RESULTADOS

Os marcapassos são indicados em miocardiopatias, correção dos distúrbios hemodinâmicos e ressincronização de câmaras, bem como para a prevenção de taquiarritmias e para monitoração cardiovascular diagnóstica. Estima-se mais de 300 mil portadores de marcapasso na população brasileira. No período analisado, foram observadas 4.332 internações para a realização de procedimentos de implante de marcapasso multi-sitio no Brasil, representando um gasto total de R$98.712.802,94 sendo 2013 o ano com maior número de internações (496), e o mesmo ano responsável pelo maior valor gasto durante o período (R$11.180.697,53). Do total de procedimentos, 2.619 foram realizados em caráter eletivo e 1.713 em caráter de urgência, tendo sido todos considerados de alta complexidade. A taxa de mortalidade total nos dez anos estudados foi de 1,73, correspondendo a 75 óbitos, tendo sido 2009 o ano com taxa de mortalidade mais alta, 3,64, enquanto o ano de 2016 apresentou a menor taxa, 0,84. A taxa de mortalidade dos procedimentos eletivos foi de 1,07 em comparação a 2,74 nos de urgência. A média de permanência total de internação foi de 6,2. A região brasileira com maior número de internações foi a Sudeste com 2.105 internações, seguida da região Centro-Oeste com 813, Nordeste com 681, Sul com 540 e, por último, a região Norte com 193 internações. Entre as unidades da federação, o estado de São Paulo concentrou a maior parte das internações, contabilizando 1.373. A região com maior número de óbitos foi a Sudeste, com 28 casos, enquanto a região Norte apresentou o menor número, com sete óbitos. A região Norte apresentou a maior taxa de mortalidade (3,63), seguida pela região Centro-Oeste (2,46). Já a região Sudeste, apresentou a menor taxa, com valor de 1,33.

CONCLUSÕES

Pode-se observar, a partir do presente estudo, o grande número de procedimentos realizados no período e seu impacto financeiro. É necessário, também, que seja realizado acompanhamento adequado dos pacientes, tendo em vista a menor taxa de mortalidade em comparação com a urgência. Além disso, deve-se evidenciar a necessidade de reavaliações dos indivíduos que possuem o dispositivo, bem como da notificação correta dos procedimentos, devido à ausência de determinadas informações, visando aprimorar a análise epidemiológica atual.

Área

CIRURGIA TORÁCICA

Instituições

UNIVERSIDADE DE VASSOURAS - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

Raul Ferreira de Souza Machado, Caio Teixeira dos Santos, Natalia Parreira Arantes, Yago Paranhos de Assis, João Paulo Brum Paes, Ivana Picone Borges de Aragão