Dados do Trabalho


TÍTULO

PESQUISA DOS PROCEDIMENTOS DE BIOPSIA DE ENDOCARDIO E MIOCARDIO NAS REGIOES BRASILEIRAS EM 10 ANOS

OBJETIVO

Analisar o atual panorama de procedimentos de biópsia de endocárdio e miocárdio realizados no Brasil durante 10 anos e correlacionar a epidemiologia atual com os resultados obtidos.

MÉTODO

Realizou-se uma revisão sistemática da literatura e uma coleta observacional, descritiva e transversal dos dados dos procedimentos de biópsia de endocárdio e miocárdio disponíveis no DATASUS – Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) por um período de dez anos – novembro de 2008 a novembro de 2018 – avaliando valor de gastos públicos, complexidade, taxa de mortalidade, óbitos, média de permanência e caráter de atendimento e artigos disponíveis em Scielo, Lilacs e PubMed.

RESULTADOS

Além de ser útil no diagnóstico de cardiomiopatias de etiologia desconhecida, a biópsia endomiocárdica é considera padrão-ouro no diagnóstico e classificação de rejeição aguda de transplante cardíaco, ainda na fase precoce, assintomática ou com sintomatologia inespecífica, sendo um parâmetro importante para estabelecer a terapêutica mais adequada, precisa e antecipada. No período analisado, foram observadas 8.490 internações para a realização de procedimentos de biópsia de endocárdio e miocárdio no Brasil, representando um gasto total de R$9.358.958,47 sendo 2018 o ano com maior número de internações (1.617), e 2017 o ano responsável pelo maior valor gasto durante o período (R$1.523.466,57). Do total de procedimentos, 2.827 foram realizados em caráter eletivo e 5.663 em caráter de urgência, todos tendo sido considerados de alta complexidade. A taxa de mortalidade total nos 10 anos estudados foi de 0,37, correspondendo a 31 óbitos, tendo sido 2011 o ano com taxa de mortalidade mais alta, 1,17, enquanto o ano de 2014 apresentou a menor taxa, 0,13. A taxa de mortalidade dos procedimentos eletivos foi de 0,32 em comparação a 0,39 nos de urgência. A média de permanência total de internação foi de 2,2. A região brasileira com maior número de internações foi a Sudeste com 4.443 internações, seguida da região Sul com 1.753, Centro-Oeste com 1.179, Nordeste com 1.114 e, por último, a região Norte com uma internação. Entre as unidades da federação, o estado de São Paulo concentrou a maior parte das internações, contabilizando 2.310. A região com maior número de óbitos foi a Sul com 15 casos, enquanto a região Nordeste apresentou o menor número, com dois óbitos. A região Sul apresentou a maior taxa de mortalidade (0,86), seguida pela região Sudeste e Centro-Oeste (0,25). Já a região Nordeste apresentou a menor taxa, com valor de 0,18.

CONCLUSÕES

Pode-se observar o grande número de procedimentos realizados no período e seu impacto financeiro. Além disso, ressaltar a importância de acompanhar os pacientes seguindo os critérios adequados, evitando abordagens em caráter de urgência, que apresentaram maior taxa de mortalidade. Deve-se, ainda, evidenciar a necessidade da notificação correta dos procedimentos, devido à ausência de determinadas informações, visando aprimorar a análise epidemiológica atual.

Área

CIRURGIA TORÁCICA

Instituições

UNIVERSIDADE DE VASSOURAS - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

Raul Ferreira de Souza Machado, Caio Teixeira dos Santos, Natalia Parreira Arantes, Yago Paranhos de Assis, João Paulo Brum Paes, Ivana Picone Borges de Aragão