Dados do Trabalho


TÍTULO

ESTUDO DO PROCEDIMENTO CIRURGICO DE REVASCULARIZAÇAO DO MIOCARDIO COM E SEM CIRCULAÇAO EXTRACORPOREA NAS REGIOES BRASILEIRAS DE 2008 A 2018

OBJETIVO

Analisar os dados existentes referentes à cirurgia de revascularização do miocárdio nas regiões brasileiras nos últimos 10 anos.

MÉTODO

Realizou-se uma revisão sistemática da literatura e uma coleta observacional, descritiva e transversal dos dados disponíveis no DATASUS – Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) por um período de dez anos, avaliando os seguintes procedimentos cirúrgicos cardiovasculares: revascularização miocárdica com uso de extracorpórea, revascularização miocárdica com uso de extracorpórea com 2 ou mais enxertos, revascularização miocárdica sem uso de extracorpórea e revascularização miocárdica sem uso de extracorpórea com 2 ou mais enxertos; com valor de gastos públicos, taxa de mortalidade e óbitos.

RESULTADOS

A cirurgia de revascularização do miocárdio é o principal procedimento cirúrgico cardiovascular realizado no Sistema Único de Saúde (SUS). Até 2004, o país apresentava taxa de mortalidade após cirurgia cardiovascular, realizada no SUS, duas vezes maior que países como os Estados Unidos e a Inglaterra. A tendência, de acordo com o atual panorama, é que o Brasil tenha uma das maiores taxas de novos eventos do mundo e, por isso, é necessário conhecer os dados atuais para que possibilitem novos estudos e o aprimoramento dos serviços. No período analisado, foram observadas 225.311 internações para a realização de procedimentos de revascularização miocárdica no Brasil, representando um gasto total de R$ 2.734.687.064,06 sendo 2012 o ano com maior número de internações (23.903), e o mesmo ano responsável pelo maior valor gasto durante o período (R$ 297.872.955,86), e a região de maior gasto a Sudeste, com um valor total de R$ 1.249.063.993,13. A taxa de mortalidade total nos 10 anos estudados foi de 5,59, tendo sido 2008 o ano com taxa de mortalidade média entre as regiões mais alta, 6,65, e a região norte a com maior taxa de mortalidade no período estudado, 7,95, seguida diretamente pela região Centro-Oeste, que apresentou taxa de 7,91. O número total de óbitos por cirurgias de revascularização miocárdica no SUS durante o período foi de 12.586. Destes, a maior parte ocorreu no ano de 2013, que apresentou 1406 óbitos. Ainda que não tenha sido a região com maior taxa de mortalidade (5,14), a região Sudeste apresentou o maior número de óbitos dentre as 5 regiões brasileiras, com 5.430 casos.

CONCLUSÕES

Pode-se ver que os procedimentos cirúrgicos de revascularização do miocárdio representam um alto custo, o que é atribuído à alta prevalência de doença arterial coronariana e infarto agudo do miocárdio na população brasileira, sendo a região Sudeste, a mais populosa do país e onde estão localizados seus principais centros financeiros, a com maior número de casos. Pode-se observar, também, que o menor desenvolvimento tecnológico da região está relacionado a mais altas taxas de mortalidade, embora o número de óbitos tenha sido diretamente proporcional ao número de procedimentos realizados.

Área

CIRURGIA TORÁCICA

Instituições

UNIVERSIDADE DE VASSOURAS - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

Raul Ferreira de Souza Machado, Caio Teixeira dos Santos, Natalia Parreira Arantes, Yago Paranhos de Assis, João Paulo Brum Paes, Ivana Picone Borges de Aragão