Dados do Trabalho


TÍTULO

SEMINOMA TESTICULAR ASSOCIADO A TUMORES NEUROENDOCRINO E MUCINOSO DE APENDICE: RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

Os tumores de apêndice consistem em patologias incomuns, assim como os tumores de células germinativas do testículo. Os tumores neuroendócrinos do apêndice são definidos como neoplasias epiteliais com diferenciação neuroendócrina predominante, podendo surgir em diversos órgãos. O tumor neuroendócrino bem diferenciado (NET) de baixo grau (G1) é tradicionalmente referido como tumor carcinoide, sendo os outros classificados de acordo com seu indice mitótico (G2 e G3). É indicada sempre apendicectomia e possui indicação de hemicolectomia direita complementar quando maiores que 2 cm ou entre 1 e 2 cm, se invasão linfática ou profunda do mesoapêndice, margem positiva, taxa de proliferação alta e histologia mista. Já o adenocarcinoma mucinoso do apêndice é uma neoplasia rara com taxa de incidência de 0,08%, sendo esta maior em mulheres, entre 50 a 60 anos. O diagnóstico e tratamento são realizados através da biópsia excisional, já que sua apresentação clínica pode simular outras patologias do abdome inferior direito. O tumor testicular compreende de 1 a 1,5% de todos os cânceres no homem. Embora raro, é o mais comum tumor sólido, acomete jovens entre 15 e 35 anos. Os seminomas compreendem 45% dos tumores germinativos. A criptorquidia é o fator de risco mais importante. Após a orquiectomia, são atingidas excelentes taxas de cura para os indivíduos nos estadios iniciais. O relato de caso é relevante pelo achado diagnóstico dos 3 tipos tumorais incomuns em uma mesma peça anatômica, retirado de paciente sem comemorativos oncológicos prévios ou queixas que suscitassem o possível diagnóstico.

RELATO DE CASO

Paciente M.R.F, masculino, 46 anos, com queixa de abaulamento e dor intermitente em abdome inferior direito há 2 anos. Nega perda ponderal, febre, hiporexia ou outros sintomas. Propedêutica a partir do Centro de Saúde com US de abdome total e parede abdominal que evidenciou lesão de aspecto cístico, com conteúdo heterogêneo de 378ml na cavidade pélvica, e sem alterações em parede abdominal. Encaminhado para Tomografia computadorizada, que constatou lesão cística pélvica, tendo linfangioma, cisto de inclusão peritoneal e cisto do úraco como prováveis diagnósticos. Admitido neste serviço, com grande massa palpável dolorosa em região de fossa ilíaca direita. Paciente submetido à laparotomia exploradora, sendo retirado cisto aderido ao apêndice com massa subjacente a esclarecer. Laudos anatomopatológicos e imunohistoquímicos constataram neoplasia cística mucinosa apendicular, associada a tumor neuroendócrino (NET G2) também apendicular e seminoma clássico testicular. Evoluiu sem queixas no pós-operatorio, sendo encaminhado para realização de hemicolectomia direita.

DISCUSSÃO

O desenvolvimento de diagnósticos diferenciais é sempre importante para pacientes com queixas inespecíficas. Porém, a análise da peça cirúrgica e os avanços na imunohistoquímica possibilitam o diagnóstico preciso e o tratamento, cada vez mais específico, das doenças raras com as quais nos deparamos no dia a dia.

Área

MISCELÂNEA

Instituições

Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte - Minas Gerais - Brasil

Autores

Ana Carolina Martins Faria Abreu, Ana Luisa Barros Oliveira, Andrea Lehnen Michelete, Huberth André Vieira Zuba, Marcelo Polastri Gomes Ferreira, Rodrigo Caldas Trindade, Michael Giovanni Ladeia Almeida, Rodrigo Nankran