TÍTULO

BIPARTIÇAO TRANSITO INTESTINAL LAPAROSCOPICA (BTIL) ASSOCIADA A GASTROPLASTIA VERTICAL LAPAROSCOPICA (GVL): UM RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

A obesidade é uma das maiores epidemias do século XXI e está associada a diversas comorbidades. Junto a isso, assume um papel importante na piora da qualidade de vida e da longevidade. O tratamento clínico da obesidade envolve mudança de hábitos alimentares e de estilo de vida, aumento da atividade física e tratamento farmacológico. Porém, muitas vezes, o tratamento clínico promove perda de peso não–sustentada. Por isso, a Cirurgia Bariátrica surge como um método eficaz para perda de peso sustentada em pacientes obesos. A cirurgia para o tratamento de obesidade teve início na década de 1950 com operações que causavam má-absorção com efeitos indesejáveis. Desde então, passaram a predominar as técnicas que limitam a ingestão de alimentos, seja pela restrição da capacidade do estômago, seja por sua divisão e anastomose ao jejuno proximal. Apresenta-se aqui um relato de caso de Bipartição Trânsito Intestinal Laparoscópica (BTIL) associada à Gastroplastia Vertical Laparoscópica (GVL), demonstrando uma nova abordagem cirúrgica com eficácia e baixo custo no tratamento da obesidade.

RELATO DE CASO

Paciente JSC, 36 anos, 119kg, IMC 44,8 kg/m2, com comorbidades associadas (Diabetes e Hipertensão), foi submetido à BTIL em março de 2018. Foi realizado a técnica cirúrgica, BTIL, com GVL. Sem ida à UTI, recebeu alta no 1° DPO, sem complicações. Seguiu as medidas usuais de tromboprofilaxia, as orientações e em acompanhamento regular. Obedecendo dieta padrão para cirurgia bariátrica (30ml de 15 em 15 min), 15 dias de líquidos claros e 15 dias de pastosos, com boa aceitação. Por fim, todas as intervenções transcorreram sem intercorrências, com tempo operatório de 45 min.

DISCUSSÃO

A realização da BTIL foi segura, com viabilidade técnica aceitável e sem complicações. É uma boa opção cirúrgica que pode ser empregada de forma isolada (técnica de Santoro), ou, tradicionalmente associada à Gastrectomia Vertical. Quando empregada isoladamente tem apenas caráter restritivo. No trabalho exposto, é apresentado uma derivação da técnica, pois diferentemente da técnica tradicional, neste procedimento foi associado a BTIL à GVL, sendo realizado sutura justa pilórica, tipo chuleio simples para evitar dilatação e melhorar a fibrose que ocorrerá posteriormente. Por fim, esta técnica é uma opção cirúrgica de baixo custo, com poucas complicações relatadas e boa efetividade, num país com baixo poder aquisitivo e obesidade endêmica, sendo reprodutível e factível.