Dados do Trabalho
TÍTULO
O PAPEL DAS COMORBIDADES NO DESENVOLVIMENTO DE COMPLICAÇOES POS-OPERATORIAS EM PACIENTES POS-BARIATRICOS SUBMETIDOS A CIRURGIA PLASTICA.
OBJETIVO
Avaliar o impacto das comorbidades no desenvolvimento de complicações pós-operatórias em pacientes pós-bariatricos submetidos a procedimentos em cirurgia plástica no Hospital Regional da Asa Norte, Brasília, DF. Além disso, esse estudo visa apresentar os perfis clínicos e antropométricos de pacientes submetidos a cirurgia plástica pós-bariátrica.
MÉTODO
Trata-se de um estudo prospectivo, realizado em hospital público de referência para realização de cirurgia bariátrica. Foram avaliados indivíduos submetidos à derivação gástrica em Y-de-Roux (RYGB) e que, posteriormente, foram submetidos a procedimentos em cirurgia plástica de 2011 a 2016 após perda ponderal maciça. As variáveis analisadas foram idade, gênero, peso, altura, IMC antes da cirurgia bariátrica, IMC antes da cirurgia plástica, perda total de peso, presença de comorbidades e taxas de complicação pós-operatória. As complicações avaliadas incluíram hematomas, seromas, deiscência, necrose tecidual, tromboses venosas profundas e embolismo pulmonar. De acordo com a classificação de Clavien-Dindo, as complicações pós-operatórias foram classificadas como maiores quando apresentaram grau igual ou maior que 3, e menores quando o grau fosse menor que 3. A análise estatística foi feita utilizando o pacote estatístico SPSS (Statistical Package for Social Sciences) versão 20.0 para Windows (SPSS Inc. Chicago, IL, EUA).
RESULTADOS
A amostra foi de 139 pacientes pós-bariátricos submetidos a procedimentos em cirurgia plástica. Com relação a RYGB: 57,55% (80 pacientes) por laparoscopia e 42,45% (59 pacientes) por laparotomia. A idade média dos pacientes foi de 41,18 anos. As mulheres foram mais frequentemente operadas, representando 93,5% da amostra. O intervalo médio de tempo entre a cirurgia bariátrica e a cirurgia plástica pós-bariátrica foi de 42,51 meses. A diferença observada entre o IMC máximo antes da cirurgia bariátrica e o IMC antes da cirurgia plástica foi de 18,25 Kg/m2. A média de perda de peso antes da cirurgia bariátrica foi de 47,02 kg. A média máxima de peso antes da cirurgia bariátrica foi de 119,98 kg. O peso médio antes da cirurgia plástica foi de 72,97 Kg. A taxa total de complicação foi 26,7% (37/139). Em análise univariada, a presença de comorbidades foram associadas significativamente a complicações pós-operatórias. Entretanto, após análise multivariada, a presença do diabetes, da hipertensão arterial e da síndrome metabólica não foram significantemente associadas com o desenvolvimento de complicações pós-operatórias de cirurgia plástica em pacientes pós-bariátricos.
CONCLUSÕES
Neste grupo de estudo, com esse perfil clínico e antropométrico, as mais importantes comorbidades (diabetes, hipertensão arterial e síndrome metabólica) não se mostraram bons preditores de complicações pós-operatórias em pacientes pós-bariátricos submetidos a cirurgia plástica reparadora. A presença de comorbidades residuais nesses pacientes não influenciaram significativamente a ocorrência de complicações pós-operatórias.
Área
CIRURGIA PLÁSTICA (Inclusive neoplasias malignas de pele)
Instituições
Universidade de Brasilia - Distrito Federal - Brasil
Autores
Simone Correa Rosa, Jefferson Lessa Soares Macedo, Lucas Ribeiro Canedo, Christian Damasceno Menezes Souza, João Vitor Almeida Marques, Isabella Naves Rosa, Luiz Augusto Casulari