Dados do Trabalho
TÍTULO
TRATAMENTO CIRURGICO EM RECIDIVA DE OLIGODENDROGLIOMA
INTRODUÇÃO
Oligodendrogliomas são tumores encefálicos infrequentes compostos por células morfologicamente semelhantes a oligodendrócitos. São bem diferenciados, de crescimento lento e pico de incidência na faixa entre 35 a 45 anos, sendo a sua maioria representado por oligodendrogliomas de baixa classe (classe II). Geralmente suspeitados após história de enxaquecas e convulsões de longa data, que quando não cedem a medicações usuais tendem a ter indicação cirúrgica.
RELATO DE CASO
M. J. F. S., sexo feminino, 42 anos, admitida em hospital com quadro cefaleia de difícil controle, não responsiva a analgésicos comuns, associada a quadros convulsivos diários, hemiparesia e diminuição da força muscular à direita, paralisia facial à direita e disartria. Paciente refere a realização prévia de 2 procedimentos cirúrgicos nos últimos 8 anos (2010 e 2014), sendo todos indicados para exérese de tumor encefálico (oligodendroglioma grau II), e seguidos com radioterapia adjuvante. Solicitado exames laboratoriais e ressonância magnética (RNM) de crânio. Hemograma, coagulograma, gasometria e provas de função renal dentro dos parâmetros, no entanto RNM de crânio evidenciou sinais de recidiva tumoral e infiltração em margens da cavidade cirúrgica à esquerda (recidiva local), e quando comparada a RNM de um ano anterior, notou-se aumento da lesão nas margens cirúrgicas, maior infiltração e espessamento dos giros. Com diagnóstico confirmado de recidiva local de tumor encefálico profundo, paciente foi submetida a cirurgia. No procedimento, posta-se em decúbito dorsal, cabeça lateralizada à direita, sendo realizada incisão fronto-temporal seguindo incisão prévia cirúrgica, seguido por craniotomia frontal através de craniotomia prévia e posterior durotomia. Realizada microdissecção, com técnicas de coagulação, devido a identificação de lesão cística altamente vascularizada. Procedeu-se a exérese macroscópica completa da lesão, grau 2 de Simpson, com sangramento significativo contido com gelfoam. Realizou-se fechamento dural, reposicionamento ósseo, cranioplastia e fechamento por planos. Uma amostra da lesão foi encaminhada para estudo histopatológico, que posteriormente confirmou diagnóstico de oligodendroglioma grau II. Paciente com evolução favorável sem intercorrências, recebendo alta no 8º DPO, sendo orientada a manter fisioterapia motora e controle ambulatorial com a neurocirurgia, além de ser encaminhada ao INSS para perícia médica para concessão de aposentadoria por invalidez.
DISCUSSÃO
Os olidendrogliomas apresentam maior sensibilidade ao tratamento que outros tumores gliais, no entanto, devido a característica infiltrativa desses tumores, a cirurgia tende a não remover completamente a tumoração, por isso é comumente associado tratamento radioterápico ou quimioterápico. Ainda assim, as lesões tendem a ser recidivantes.
Área
CIRURGIA CABEÇA E PESCOÇO
Instituições
UNITPAC - Tocantins - Brasil
Autores
João Victor Pereira Gomes, Tássylla Caroline Ferreira Pereira, Hanna Paula Carolayne Ferreira Pereira, Patrick Nunes Brito, Anna Carolina Pereira Gomes, Andressa Borges Brito, Ana Julia Ferreira Fernandes, José Roberto Lopes Rivero