Dados do Trabalho


TÍTULO

CRANIOTOMIA PARA TRATAMENTO DE HEMATOMA SUBDURAL CRONICO EM PACIENTE IDOSO: UM RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

Hematoma subdural crônico é um acumulo de sangue, de evolução crônica, entre as membranas dura-mater e aracnoide. A incidência de hematoma subdural crônico aumenta proporcionalmente a idade, chegando a 7.35/100.000 pessoas no grupo etário de 70-79 anos. O sexo masculino é o mais acometido, com uma prevalência de 70 a 90%. São frequentemente vistos na prática cirúrgica, constituindo-se numa forma comum de hemorragia intracraniana. Geralmente estão associados a traumas craniocefalicos prévios de leve intensidade ocorrendo principalmente em idosos por possuírem as veias normalmente mais dilatadas, portanto, mais facilmente danificadas. Há diferentes alternativas de tratamentos cirúrgicos, porém os objetivos são os mesmos: descompressão do hemisfério cerebral acometido e a prevenção de recidivas. O tratamento cirúrgico se faz necessário mesmo em lesões de pequena monta, visto que o hematoma subdural tende a aumentar suas dimensões em decorrência de pequenas micro-hemorragias que culminam em aumento da pressão intracraniana.

RELATO DE CASO

.F.O, sexo masculino, 82 anos, em tratamento de hipertensão arterial sistêmica e diabete mellitus. Acompanhante relata IAM e AVE prévios. Da entrada ao pronto socorro com quadro de queda da própria altura evoluindo para perda da consciência. Acompanhante refere que paciente teve episódios de vômitos e cefaleia intensa antes do ocorrido. Paciente foi admitido em MEG, hipocorado, eupnéico, hipotenso e com pontuação 4 na escala de coma de Glasgow. Foi solicitado parecer do neurologista, que após realizar exame físico, solicitar e analisar Tomografia Computadorizada, encaminhou o paciente para craniotomia para que fosse realizada drenagem de hematoma subdural à direita. O paciente encontra-se no décimo dia de pós-operatório, desorientado, afebril, eupneico, apresenta anisocoria D>E, com 9 pontos na escala de coma de Glasgow, anêmico, respirando em ar ambiente, em uso de sonda para alimentação enteral. Apresenta ulcera de pressão necrosada em região sacral e em calcâneo bilateralmente.

DISCUSSÃO

Apesar da alta prevalência desta entidade, e da evolução das técnicas cirurgias, não há protocolo estabelecido ou consenso, portanto, a técnica cirúrgica empregada baseia-se na preferência pessoal do neurocirurgião. Embora a craniotomia tenha sido o tratamento de escolha para o paciente em questão, a tendência nos últimos anos tem sido a realização de trepanações e drenagem seguidas de irrigação exaustiva com solução salina e adaptação de um dreno subdural. Esta técnica tem uma natureza menos invasiva que a craniotomia, levando-se em conta que a população naturalmente mais acometida pelo HSCr é composta por idosos, que normalmente possuem graves comorbidades, o que está exemplificado no caso relatado, por tratar-se de um paciente idoso em tratamento de HAS e DM; evidenciando uma recuperação lenta. Alguns autores defendem que a técnica menos invasiva tem igual eficácia diminuindo as taxas de morbidade e mortalidade.

Área

CIRURGIA CABEÇA E PESCOÇO

Instituições

UNITPAC - Tocantins - Brasil

Autores

Andressa Borges Brito, Patrick Nunes Brito, Tássylla Caroline Ferreira Pereira, Juliane Lopes Nascimento, Anna Carolina Pereira Gomes, Ariel Teixeira Ribeiro, Paulo Henrique Dias Moraes, Anna Luiza Pereira Lima Almeida