Dados do Trabalho


TÍTULO

DOR TORACICA E EDEMA DE MEMBROS INFERIORES, OS PRIMEIROS ACHADOS DE UM TUMOR FIBROSO SOLITARIO DA PLEURA

INTRODUÇÃO

O tumor fibroso solitário da pleura, ou ainda, mesotelioma pleural benigno é um tumor raro, com cerca de 800 casos descritos na literatura, mais comum no sexo feminino e acima dos 50 anos. Circunscrito e encapsulado geralmente é associado a sintomas como tosse, dispneia e dor torácica. A excisão cirúrgica completa é o tratamento de eleição e associa-se a bom prognóstico.

RELATO DE CASO

Paciente J. S. S., sexo masculino, 73 anos, 1.68 de altura, 63 kg, procurou atendimento cirúrgico encaminhado por motivo de massa expansiva pulmonar e derrame pleural a esquerda. Paciente tinha queixa de dor no tórax e dor e inchaço nas pernas. Relatava prostatectomia há 12 anos. Não etilista, não tabagista. Negava comorbidades. Foram realizados exames subsidiários. Raio X de tórax com massa expansiva pulmonar e derrame pleural a esquerda. Tomografia computadorizada de tórax evidenciou volumosa massa expansiva 11,7x15,9x17,0 cm, acometendo a maior parte do parênquima pulmonar do lobo inferior à esquerda, determinando leve efeito de massa sobre as estruturas e parênquima pulmonar adjacente e desviando levemente o mediastino para a direita. Ecocardiograma transtorácico com dupla lesão valvar aórtica discreta e hipertrofia ventricular esquerda com disfunção diastólica associada. O paciente foi submetido a toracotomia ântero-póstero-lateral esquerda com excisão completa de volumosa massa (1270 gramas). Na microscopia tumor de pleura parietal. Após a excisão completa do tumor o paciente teve um pós-operatório normal e não mais apresentou queixas de edema.

DISCUSSÃO

Embora estivesse presente uma massa de grandes dimensões no lobo inferior pulmonar esquerdo, o paciente relatado não manifestou queixas respiratórias importantes, mas sim significativo edema de membros inferiores vespertino compatível com o quadro de insuficiência cardíaca. O paciente realizou novo ecocardiograma após a cirurgia em que não mas foi registrada a presença de dupla lesão valvar aórtica discreta e hipertrofia ventricular esquerda com disfunção diastólica associada. Isso corrobora para a hipótese de que o efeito de massa causado pelo tumor nas estruturas mediastinais acabava por comprimir a válvula aórtica e também comprometer a função diastólica do coração. Além disso, a presença do tumor pode ter acarretado prejuízo da circulação pulmonar normal com desvio do fluxo sanguíneo. A associação desses dois mecanismos explica o aparecimento de edema nos membros inferiores relatado pelo paciente como um achado surpreendente de um tumor fibroso solitário da pleura.

Área

CIRURGIA TORÁCICA

Instituições

UNITPAC - Tocantins - Brasil

Autores

Ana Julia Ferreira Fernandes, Tássylla Caroline Ferreira Pereira, Patrick Nunes Brito, Andressa Borges Brito, Camila Fecury Cerqueira, Antonio Oliveira Santos Junior, Hugo Weisfield Mendes, Luiz Flávio Quinta Junior