Dados do Trabalho
TÍTULO
ESTENOSE VAGINAL POS QUIMIORRADIOTERAPIA NEOADJUVANTE E AMPUTAÇAO ABDOMINOPERINEAL DO RETO
INTRODUÇÃO
O câncer colorretal é a quarta neoplasia maligna mais incidente no Brasil. Dentre os vários tipos histológicos, o adenocarcinoma é mais prevalente. O tratamento depende da localização do tumor, que quando em reto baixo e estádio superior a 3, necessita de neoadjuvancia com radioterapia e quimioterapia, que não é isenta de complicações. Algumas destas são mais frequentes e outras raras, como a estenose vaginal (EV), que é uma complicação conhecida após radioterapia em tumores ginecológicos, rara em tumores anais e incomum em tumores retais baixos. A adoção de medidas preventivas como a fisioterapia vaginal ou manutenção das relações sexuais orientadas, colaboram diminuindo sua incidência e melhoram a qualidade de vida das pacientes.
RELATO DE CASO
APRESENTAÇÃO DO CASO: N.C.S, 29 anos, natural, residente e procedente de Campina Grande, realizou retossigmoidectomia por tumor em sigmoide. No 5º mês de seguimento pós operatório, apresentou hematoquezia e melena, notando-se ao exame lesão estenosante circunferencial e friável, desde o canal anal até o reto médios, confirmada pela colonoscopia. Biópsia revelou se tratar de um adenocarcinoma mucinoso, pelo que a paciente realizou Quimiorradioterapia neoadjuvantes e foi submetida a amputação abdominoperineal do reto. Evoluiu bem no pós-operatório, com alta hospitalar no 6º dia de internação. Cerca de 3 meses após a cirurgia, referiu intensa dispareunia, o que trouxe grande prejuízo para qualidade de vida da paciente, visto que acabara de casar-se. Ao exame, tratava-se de uma estenose vaginal pós-neoadjuvância e pós amputação abdominoperineal de reto.
DISCUSSÃO
DISCUSSÃO: A estenose vaginal corresponde ao acometimento vaginal, dos tecidos conectivos e dos microvasos, levando a hipofluxo sanguíneo e desenvolvimento de telangiectasia. Isso resulta em atrofia tecidual, diminuição da espessura da mucosa da vagina, diminuição de sua lubrificação, além da formação de fibrose e aderência, com perda da elasticidade vaginal. Essas alterações intensificam-se pela diminuição ou ausência de função ovariana, induzida pela radioterapia, que pode provocar deficiência estrogênica. A combinação desses efeitos, leva à disfunção sexual, dificulta os exames ginecológicos de rotina e o seguimento clínico das pacientes. Existem estudos que demonstram a influência da dosagem da radioterapia no surgimento da estenose vaginal (EV), de forma que doses radioterápicas na vagina superiores a 36,8 Gy predispõem o aparecimento da EV.
Área
COLOPROCTOLOGIA
Instituições
Faculdade de Ciências Médicas de Campina Grande - Paraíba - Brasil
Autores
Karolyne Ernesto Luiz Nobre, David Pessoa Morano, Amanda Ariel Pires Cavalcanti Zeca, Paulo Roberto da Silva Júnior, Hianny Ribeiro Cabral