Dados do Trabalho


TÍTULO

HERNIA DE AMYAND: APRESENTAÇAO DE UM CASO DO PRONTO SOCORRO DE CUIABA.

INTRODUÇÃO

A hérnia inguinal encarcerada com presença do apêndice vermiforme é denominada de hérnia de Amyand (HA). Esta é uma patologia rara, com incidência entre 0,19% a 1,7% e que possui diversas apresentações. Pode estar sem inflamação, com infecção ou perfurada. Comumente confundida com outras patologias, devido às suas manifestações clínicas e ausência de alterações em exames de imagem, sendo diagnosticada no intraoperatório.

RELATO DE CASO

Paciente G.J.O., sexo masculino, 30 anos, tabagista, residente de Cuiabá, buscou pronto atendimento com queixa de dor em queimação há cerca de 1 mês na região da fossa ilíaca direita e epigástrio, com intensidade de 9/10. Relatou melhora da dor ao uso de Metamizol, piora ao decúbito lateral, acompanhada de calafrios noturnos e insônia, devido à dor. Além disso, referiu polaciúria. A ultrassonografia (USG) evidenciou na cicatriz umbilical saco herniário (SH) contendo tecido adiposo, com variação de volume às manobras compressivas e respiratórias. O diagnóstico foi de hérnia inguinal direita encarcerada, com encaminhamento à hernioplastia inguinal direita. Na cirurgia, foi identificado espessamento e edema das estruturas do cordão espermático, sendo observado abscesso local e apêndice cecal parcialmente necrosado, encarcerado e fixo dentro do SH. Identificado apendicite GRAU 4A e realizado dissecção do apêndice vermiforme. Realizada apendicectomia, sem intercorrências. Permaneceu internado durante 5 dias, para antibioticoterapia (Ceftriaxona e Metronidazol).

DISCUSSÃO

A HA é tipicamente caracterizada por dor no quadrante inferior direito do abdome, associada a uma massa sensível, tensa e irredutível na região inguinal direita. Essa descrição pode levar ao diagnóstico de hérnia inguinal complicada, o que justifica o fato do diagnóstico de HA ser intraoperatório. Essa hérnia está associada à apendicite aguda em apenas 0,13% dos casos, apresentando sintomas como náuseas, vômitos e anorexia. A etiopatogenia da apendicite aguda se fundamenta na associação entre o encarceramento e inflamação do apêndice cecal no SH, isso devido ao fenômeno isquêmico pela compressão do anel herniário. Em relação à conduta do tratamento deve-se analisar a característica do apêndice, a infeção local e a idade do paciente. Geralmente a abordagem cirúrgica inicial é independente do conteúdo, porém há controvérsia a respeito da excisão do apêndice ileocecal. Para tanto, existem algumas classificações. No caso do paciente, a hérnia é classificada em: Tipo II – HA com apendicite aguda e infecção contida ao SH, de acordo com Losanoff e Basson; e Tipo b – HA com apêndice inflamado, de acordo com Fernando e Leelaratre. O tratamento cirúrgico indicado é apendicectomia por via inguinal e herniorrafia.

Área

COLOPROCTOLOGIA

Instituições

Universidade Federal de Mato Grosso - Mato Grosso - Brasil

Autores

Jacqueline Jéssica De Marchi, Karina Fieldkircher Abreu, Débora Viana Nunes, Ana Beatriz Lustosa Nascimento, Rafael Lopes Moreira, Guilherme Affini Severian Vieira, Alexandre Girard Ribeiro da Silva, Paulo Kentaro Fugiyama