Dados do Trabalho


TÍTULO

EMPREGO DA FLUORESCENCIA COM INDOCIANINA VERDE PARA AUXILIO DA LINFADENECTOMIA DURANTE A GASTRECTOMIA LAPAROSCOPICA

INTRODUÇÃO

O adenocarcinoma gástrico figura como uma das principais neoplasias em nosso país. O tratamento padrão-ouro é a ressecção cirúrgica associada à linfadenectomia D2. A fluorescência a Laser com infravermelho e indocianina verde permite a identificação dos linfáticos e linfonodos peritumorias em tempo real. Além disso, essa avaliação permite a identificação do linfonodo sentinela (LS), em casos de tumores precoces sem acometimento linfonodal nos exames de estadiamento, e também auxilia a identificação de todas as cadeias linfonodais, facilitando a realização da linfadenectomia. Assim, o objetivo desse vídeo é demonstrar o emprego da fluorescência para identificação do linfonodo sentinela em uma gastrectomia subtotal laparoscópica com linfadenectomia D2.

DESCRIÇÃO DO VÍDEO

Trata-se de um caso operado no Hospital das Clínicas da FMUSP que faz parte do protocolo de pesquisa “Emprego da fluorescência a Laser em cirurgias de tumores do aparelho digestivo” (NCT03021200). A endoscopia evidenciou uma lesão de antro distal/piloro com histologia de adenocarcinoma bem diferenciado. A tomografia não evidenciou sinais de acometimento linfonodal. Logo no início da cirurgia é verificada a mudança da imagem do vídeo da luz branca habitual para o modo de fluorescência, e depois para o modo de fusão da luz branca com a fluorescência. Após a liberação das aderências é realizada uma endoscopia digestiva intra-operatória com injeção de 0,2 ml de fluoresceína nos quatro quadrantes do tumor. Na sequência, a luz é alterada para o modo de fluorescência e, após 3 minutos, identifica-se o linfonodo da cadeia 6 como o linfonodo sentinela. Na sequência, os vasos gastroepiploicos da esquerda são ligados na origem sem a presença de fluoresceína na cadeia 4sb. Os vasos gastroepiploicos da direita são isolados, e a fluorescência auxilia a correta ressecção de todos os linfonodos da cadeia 6, além de mostrar os canais linfáticos suprapancreáticos até a cadeia 11p. A linfadenectomia D2 é realizada e a artéria gástrica esquerda é ligada na origem. Ao final, a inspeção do campo de dissecção da linfadenectomia D2 não evidencia nenhum linfonodo residual contrastado com a fluoresceína. A cirurgia é então finalizada com a reconstrução em Y de Roux. O exame anatomopatológico final revelou um adenocarcinoma do tipo misto, medindo 2,6 x 1,4 cm, acometendo até a camada submucosa e com 0/36 linfonodos acometidos. O estádio final foi pT1a pN0 M0. O paciente apresentou boa evolução clínica, recebendo alta hospitalar no 5º PO.

CONCLUSÃO

A fluorescência com fluoresceína é um método de fácil emprego que pode ser utilizado tanto para a identificação de linfonodo sentinela quanto para auxiliar a identificação dos linfonodos durante a linfadenectomia. O emprego desta pode facilitar a realização de linfadenectomias mais restritas, assim como melhorar a qualidade da cirurgia.

Área

ESTÔMAGO E DUODENO

Instituições

Hospital das Clínicas FMUSP - São Paulo - Brasil

Autores

Marcus Fernando Kodama Pertille Ramos, Andre Roncon Dias, Osmar Kenji Yagi, Rodrigo Jose Oliveira, Adriana Safatle-Ribeiro, Bruno Zilberstein, Ulysses Ribeiro Junior, Ivan Cecconello