TÍTULO

DOENÇA DE PEYRONE: TRATAMENTO CIRURGICO. RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

Doença de Peyronie (DP) tem causa mal definida e que pode levar a grave deformidade peniana. Os fatores de risco são: diabetes, dislipidemias, cardiopatia isquêmica, disfunção erétil, tabagismo e consumo excessivo de álcool. Maior incidência entre a quarta e quinta década de vida. É uma degeneração estrutural, adquirida, fibrótica e multifocal da túnica albugínea do pênis que pode levar a uma fibrose e formação de placas, resultando em deformidade, encurtamento e tortuosidade peniana. Quadro clínico de dor, alterações da curvatura peniana, dificuldade de penetração e formação de placas endurecidas. Tratamentos conservadores, como uso de Pentoxifilina, Vitamina E, Colchicina, dentre outros, não tiveram impacto, sendo a cirurgia a terapia em casos avançados. A técnica de Nesbit é a mais utilizada para correção da curvatura peniana.

RELATO DE CASO

ACC, sexo masculino, branco, 48 anos, atendido inicialmente em 06/05/2015 com diagnóstico de DP que levou o pênis a posição viciosa há cerca de 3 anos. Relatava apenas dor durante ereção peniana. Classificado com ASA I. Ao exame físico observou-se presença de fibrose e endurecimento do dorso do pênis. No dia 07/05/2015 foi realizada cirurgia de correção de curvatura peniana, técnica de Nesbit. Alta hospitalar com prescrição de Neomicina tópica. Em 12/05/2015, em retorno, relatou edema de prepúcio, incapacidade de exposição da glande, dor à manipulação e alteração da coloração do órgão. Ao exame físico constatou-se presença de edema e presença de área enegrecida, secreção abundante e incapacidade de expor a glande. Paciente foi internado com prescrição de Ciprofloxacino, analgesia e uso de compressa gelada. Em 20/05/2015, foi realizada postectomia, que evidenciou necrose de prepúcio sem acometimento da glande. Ato sem intercorrências, com alta hospitalar e retorno ambulatorial.

DISCUSSÃO

O tratamento medicamentoso para a DP, é eficaz na atenuação da ereção dolorosa, porém, com poucos resultados na retificação peniana. Com isso, indica-se o tratamento operatório para pacientes com dificuldade na penetração vaginal e doença estável por 3 meses, o que ocorre, geralmente, após 12 meses de início da doença. A técnica cirúrgica de Nesbit se faz pelo desenluvamento peniano, seguido por elevação do feixe neurovascular. Os princípios da técnica de Egydio são aplicados no septo intercavernoso, e determina o local da excisão elíptica superficial da camada externa da túnica albugínea. Realizada por meio da remoção de um segmento elíptico de 3mm da camada externa da túnica albugínea, preservando a camada interna. Suturas de polidioxanona 3-0. Então, uma ereção é induzida por meio de punção com cateter 21G dos corpos cavernosos e injeção de solução fisiológica. Um novo ponto de circunferência máxima é identificado, e as etapas são então repetidas até ocorrer correção total do desvio. Apresenta bons resultados de retificação peniana e baixa incidência de complicações, tais como: encurtamento peniano, curvatura persistente, disfunção erétil.