Dados do Trabalho


TÍTULO

CARCINOMA RENAL EM GESTANTE

INTRODUÇÃO

Carcinoma de Células Renais é o tumor renal com maior prevalência em pacientes adultos, predominantemente no sexo masculino na 6ª e 7ª décadas de vida. O diagnóstico de tumor renal durante a gestação é raramente descrito e cerca de metade dos tumores são diagnosticados incidentalmente. O Carcinoma Renal Mucinoso de Células Tubulares e Fusiformes (CRMCTF) é um tipo de carcinoma de células renais raro, considerado não agressivo e prognóstico geralmente favorável. O presente trabalho relata o caso de uma paciente, gestante, diagnosticada com CRMCTF.

RELATO DE CASO

MJSRP, primigesta, 34 anos, 19 semanas, G1 P2, obesa mórbida, IMC 43, nega história de câncer na família, nega quaisquer comorbidades. Encaminhada ao AME, devido a formação nodular hipoecóica em polo superior em rim esquerdo de etiologia a esclarecer, achada incidentalmente durante exames de rotina pré-natal medindo 78 x 62 x 65 mm. Relata cistite de repetição nesta gestação, e em uso de cefalexina profilática. Tinha Internação prévia devido a abscesso renal (SIC), de localização e dimensões semelhantes ao nódulo descrito acima, sendo tratado clinicamente. Após Ressonância Magnética observou-se uma massa no polo superior do rim esquerdo, abaulando seu contorno, com fina cápsula marginal, notando-se distorção da arquitetura dos cálices, indicando forte suspeita de Carcinoma de Células Renais. A paciente foi submetida a Nefrectomia Subcostal à esquerda, sob anestesia geral, então com 26 semanas de gestação com boa evolução pós-operatória, recebendo alta. A peça cirúrgica foi enviada para exame anatomopatológico que resultou em um Carcinoma de Células Fusiformes Tubular Mucinoso renal. Para assegurar o bem-estar do feto, foram solicitados USG Obstétrico + Doppler para avaliação do perfil hemodinâmico fetal antes e após a cirurgia. Ambos dentro da normalidade. Binômio materno-fetal encontra-se em bom estado geral, mantendo boa função renal.

DISCUSSÃO

Durante a gestação o uso rotineiro de ultrassonografia possibilita maiores taxas de detecção de neoplasias abdominais. Dentre alguns fatores de risco conhecidos do CCR estão: tabagismo, obesidade, hiperestrogenismo, hipertensão arterial e uso de diuréticos. Associados à gravidez, o diabetes, a multiparidade (>5), a obesidade e a hipertensão arterial aumentam o risco de carcinomas renais. Cinquenta por cento dos carcinomas renais tratados cirurgicamente são diagnosticados incidentalmente e com o uso disseminado da ultrassonografia, espera-se que mais casos sejam detectados e tratados durante a gravidez. Sendo assim, a ação conjunta do urologista e do obstetra é fundamental para que se possa conciliar o melhor tratamento oncológico, com o melhor resultado perinatal. O tratamento desse tipo de neoplasia durante a gravidez permanece um desafio para a equipe assistente e a ressecção cirúrgica é o tratamento de escolha, sempre que possível, sem a interrupção da gravidez, que poderá evoluir normalmente.

Área

UROLOGIA

Instituições

Centro Universitário de Adamantina - UniFAI - São Paulo - Brasil

Autores

Caio Winch Janeiro, Fabyanne Fernandes Pereira, Fernanda Mello Tavares, Gustavo Souza Andrade, Heitor Munhoz Pereira