Dados do Trabalho


TÍTULO

ANALISE DO PANORAMA EPIDEMIOLOGICO DE INTERNAÇAO E MORTALIDADE DAS CIRURGIAS DE FECHAMENTO DE CIA E CIV EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES NO BRASIL NOS ULTIMOS 5 ANOS

OBJETIVO

As cardiopatias congênitas são classificadas em cianóticas e acianóticas e correspondem às malformações isoladas mais frequentes ao nascimento, responsáveis por 3 a 5% da taxa de mortalidade neonatal assim como as principais causas de internação hospitalar pediátrica por malformações. Dentre as causas acianóticas se destaca a comunicação interatrial (CIA) e a comunicação interventricular (CIV), sendo que correção cirúrgica é indicada para o melhor prognóstico. Este estudo objetiva quantificar os procedimentos, custos públicos e a taxa de mortalidade por CIA e CIV de forma a traçar o perfil epidemiológico nacional.

MÉTODO

Coleta observacional, descritiva e transversal dos dados disponíveis no DATASUS – Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) – Janeiro/2014 a Outubro/2018, avaliando número de internações, número de óbitos, taxa de mortalidade, distribuição geográfica, média de permanência hospitalar, dentre outras informações.

RESULTADOS

No período analisado, houve um total de 1035 internações para fechamento de CIA e CIV em crianças e adolescentes no Brasil, a maioria delas (44%) ocorreram na região Sudeste, mais especificamente no estado de São Paulo, onde registrou 238 internações. Dessas, 430 (42%) destinaram-se à correção de CIVs e 605 (58%) para de CIA, sendo um total de 7 óbitos, culminando em uma taxa de mortalidade de apenas 2,13 a cada 1.000 procedimentos/ano. Comparando a taxa de mortalidade das regiões, a região Norte teve mortalidade substancialmente maior do que outros estados – 7,14, comparada com 1,10 no Nordeste, 1,13 no Sudeste e 0,7 no Sul, padrão que se repetiu, em menor escala, na análise das taxas de mortalidade por CIV. O tempo médio de internação hospitalar foi de 8,9 dias, gerando um gasto público total de R$8.007.639,84. Já dentre as internações para correção de CIV, houve 15 óbitos, gerando taxa de mortalidade de 3,49 a cada 1.000 procedimentos/ano. A análise das taxas de mortalidade de cada estado revelou uma maior mortalidade na região Norte, mas em menor discrepância com relação aos outros estados – 5,08 no Sul, 4,55 no Centro-Oeste, 2,63 no Sudeste e 1,52 no Nordeste. O tempo médio de internação hospitalar foi de 11,8 dias, e o gasto público totalizou R$6.836.260,34.

CONCLUSÕES

Assim, de acordo com a análise dos dados, conclui-se que embora haja maior número de internação para correção de CIA e CIV na região Sudeste, a região Norte destaca-se por maior mortalidade de internação do que as demais, demonstrando a influência direta da infraestrutura local e seu o desenvolvimento hospitalar. Além disso, é interessante analisar que a taxa de mortalidade por CIA é menor que a por CIV, porém os gastos com a internação por CIA são maiores, apesar de possuir um tempo médio de internação menor. Logo, melhor qualificação profissional e estruturação adequada são necessários para reduzir possíveis complicações e óbitos.

Área

CIRURGIA PEDIÁTRICA

Instituições

Universidade de Vassouras - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

Giovanna Vidal Belo, Iara Adorno, Júlia Ferraz, Thaís Macêdo, Beatriz Oliveira, Marina Sá, Carolina de Almeida, Ivana Picone Borges Aragão