Dados do Trabalho


TÍTULO

COMPARAÇAO DA MORTALIDADE DO TRANSPLANTE DE FIGADO DE DOADORES VIVOS E FALECIDOS NO BRASIL NOS ULTIMOS 5 ANOS

OBJETIVO

O transplante de fígado é um importante procedimento que possibilita uma sobrevida de qualidade a pacientes portadores de doenças hepáticas irreversíveis. Ele foi o segundo tipo de transplante mais realizado no Brasil entre Janeiro e Setembro de 2017, atrás apenas do transplante de rins, sendo a grande maioria deles de doadores falecidos. Diante disso, o objetivo desse estudo foi realizar uma comparação das taxas de mortalidade pós recebimento de fígado de doador vivo ou post-mortem.

MÉTODO

Coleta observacional, descritiva e transversal das informações disponíveis no DATASUS – Sistema de Informações de Procedimentos Hospitalares do SUS (SIH/SUS) – de janeiro de 2014 a outubro de 2018, considerando número de internações, óbitos, taxa de mortalidade, distribuição geográfica, permanência hospitalar, entre outros dados.

RESULTADOS

No período analisado, ocorreu um total de 8.172 internações para realização de transplante de fígado no Brasil, sendo 93% delas (7.679) de doadores falecidos. Destes, foram registrados 973 (12,6%) óbitos, gerando uma taxa de mortalidade de 12,67 a cada 1.000 pessoas/ano. A taxa de mortalidade foi menor nos estados do Norte e Centro-Oeste (respectivamente, 4,65 e 7,56) e maior nas demais regiões (11,2 no Sul, 12,52 no Nordeste e 14,16 no Sudeste), relacionado ao número proporcionalmente menor de transplantes nesses estados, respectivamente, 43 e 291 contra 2.125 no Sul, 1.709 no Nordeste e 3.511 no Sudeste. O tempo médio de internação hospitalar na esfera nacional foi de 11,6 dias. Já os transplantes de doadores vivos foram o procedimento de escolha em um número menor de pacientes (493, 98,5% deles nas regiões Sul e Sudeste). Houve um total de 50 óbitos (10,1%), originando uma taxa de mortalidade de 10,14 a cada 1.000 pessoas/ano, e o tempo médio de internação hospitalar foi de 17,3 dias.

CONCLUSÕES

Sendo assim, observa-se que o transplante de doadores vivos apresenta menor taxa de mortalidade ao ser comparado com o de doadores falecidos, ainda que por outro lado, o tempo médio de internação foi maior em relação ao mesmo grupo. Embora o número de procedimentos de doadores vivos seja bastante inferior ao de doadores falecidos, deve-se aprimorar a técnica e difundi-la para que os futuros transplantes possam cursar com menor taxa de mortalidade e maior sucesso entre os pacientes, como demonstrado nos resultados. Além disso, o aprimoramento das técnicas de diagnóstico e rastreamento de doenças hepáticas também é importante, objetivando a redução da totalidade das intervenções cirúrgicas e exercendo uma atenção primária mais eficaz e resolutiva.

Área

TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS

Instituições

Universidade de Vassouras - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

Giovanna Vidal Belo, Sarah Lages Coelho, Sara Batista de Paula, Thaís Lemos de Souza Macêdo, Beatriz Oliveira, Maria Carolina Gaspar, Carolina Pereira, Adriana Rodrigues Ferraz