Dados do Trabalho
TÍTULO
COMPARAÇAO DA MORTALIDADE DO TRATAMENTO CIRURGICO DOS HEMATOMAS INTRACRANIANOS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
OBJETIVO
Os hematomas intracranianos são uma importante afecção no pré-hospitalar, comumente associados a traumatismos cranioencefálicos, eventos traumáticos relacionados a alta mortalidade de até 70% dos casos. O objetivo do presente estudo foi analisar as informações citadas no meio científico e discutir a viabilidade do tratamento cirúrgico de hematomas intracranianos, por meio de comparação de taxas de mortalidade.
MÉTODO
Foi realizada uma coleta observacional, descritiva e transversal dos dados disponíveis no DATASUS – Sistema de Informação Hospitalar do SUS (SIH/SUS) – de outubro de 2013 a outubro de 2018, avaliando o número de internações e óbitos, mortalidade, regiões de maior importância e caráter do procedimento do tratamento cirúrgicos dos hematomas intracranianos (extradural e subdural) do estado do Rio de Janeiro.
RESULTADOS
No período avaliado, houveram 14.756 internações para tratamento de hematomas extradurais no Brasil, sendo 5.794 deles no Sudeste (39,2%) e 1.039 deles no estado do Rio de Janeiro (RJ) (7%), fazendo dele o estado com 2° maior número de procedimentos. No período, o ano com mais internações foi 2014, e os meses com mais procedimentos foram Maio/2017, e Abril e Agosto de 2014. Não foram identificados padrões de mudança da quantidade de procedimentos ao longo dos anos. No RJ, dos 1.039 procedimentos, houve um total de 128 óbitos (12,3% dos casos), resultando em taxa de mortalidade de 12,32 a cada 1.000 procedimentos/ano, maior do que a média nacional de 10,43. Houve uma predominância dos procedimentos em regime público (481) sobre o privado (40). Na grande maioria dos casos, a informação não constava na base de dados. Com relação aos hematomas subdurais agudos, houveram 20.819 internações no Brasil, 9.953 no Sudeste (47,8%) e 1.742 no estado do RJ (8,3%), fazendo dele o 3° estado com maior número de internações no Brasil. No período, o ano com mais internações foi 2014, e os meses com mais procedimentos foram Setembro, Fevereiro e Dezembro de 2014. Não foram identificados padrões de mudança da quantidade de procedimentos ao longo dos anos. No RJ, dos 1.742 procedimentos, houveram 629 óbitos (36,1% dos casos), resultando em taxa de mortalidade de 36,11, maior que a média nacional de 19,25. Houve uma predominância dos procedimentos em regime público (726) sobre o privado (78). Na grande maioria dos casos, porém, a informação não constava na base de dados.
CONCLUSÕES
Portanto, verifica-se que os hematomas subdurais demonstraram maior prevalência, maior taxa de mortalidade e maior mortalidade em termos percentuais do que os extradurais, tanto na esfera nacional quanto na estadual. Além disso, a taxa de mortalidade de ambas as afecções no estado do Rio de Janeiro foi maior do que a média nacional. Desse modo, como esses procedimentos foram realizados predominantemente no regime público, mostram-se necessários maiores investimentos na saúde pública, com o intuito de melhorar a estrutura cirúrgica hospitalar do estado do Rio de Janeiro.
Área
TRAUMA
Instituições
Universidade de Vassouras - Rio de Janeiro - Brasil
Autores
Giovanna Vidal Belo, Sarah Lages Coelho, Carolina Monte Santo Burdman Pereira, Esther Mathias Marvão Garrido Dias Salomão, João Pedro Centeno Vieira de Carvalho, Michelle Garcia Ferreira de Oliveira, Patrick de Abreu Cunha Lopes, Paula Pitta de Resende Côrtes