Dados do Trabalho
TÍTULO
RECONSTRUÇÃO FACIAL EM CRIANÇA PRODUZIDA POR PROJETIL DE ARMA DE FOGO DE GROSSO CALIBRE
INTRODUÇÃO
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, os traumas estão entre as principais causas de morbidade e mortalidade. Estima-se em 8,5 milhões o número de óbitos devido às consequências do trauma, em 2010, ao redor do mundo, e as lesões da cabeça e da face podem representar 50% de todas as mortes traumáticas. O trauma facial pode ser considerado uma das agressões mais devastadoras encontradas em centros de trauma devido às consequências emocionais e à possibilidade de deformidade. Esta eventualidade adquire um perigo muito maior quando se produz em crianças, pois independentemente das possíveis cicatrizes faciais, podem também afetar os centros de crescimento e desenvolvimento do esqueleto facial, repercutindo no futuro em defeitos funcionais que se traduzem como adultos com hipoplasias, atrofias e desarmonias faciais. Por esta razão se deve atuar com grande segurança profissional diante de tais emergências, que requerem cuidados especiais no que se refere ao diagnóstico, classificação e tratamento, principalmente por ser a face uma das mais nobres regiões do corpo.
RELATO DE CASO
Paciente L.V.L., 7 anos, melanoderma, sexo feminino, acompanhada por sua genitora procurou a equipe de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial relatando um acidente doméstico, em que a arma de caça (soca-soca) disparou acidentalmente entre duas crianças. Durante a anamnese, relatou ainda que o tempo do trauma tinha ocorrido há 10 dias. Ao exame clínico extraoral, a paciente apresentou um ferimento pérfuro-contuso na região zigomática direita infectado e sinais característicos de amaurose bilateral, com equimose e edema periorbitário bilateral. Ao exame imaginológico, apresentou vários fragmentos de projéteis de arma de fogo na região posterior da cavidade orbitária esquerda, e com fratura zigomático-orbital direita afetando parede lateral e assoalho de órbita. Com evidências clínicas e radiográficas, o plano de tratamento baseou-se, na realização de procedimento para exéreses de corpos estranhos, remoção de tecidos desvitalizados e limpeza do local, minimizando riscos de infecção e necrose tecidual, sob anestesia geral.
DISCUSSÃO
O trauma facial, segundo a literatura, pode levar a deformidades, cicatrizes, perda de função e quando atinge crianças pode afetar o centro de crescimento da região causado hipoplasias. O presente caso não fora afetado o centro de crescimento da paciente, porém ocasionou amaurose bilateral, deformidade em sua hemiface direita e cicatrizes no local do ferimento de entrada do projétil. Conforme descrito na literatura, as prevalências dos traumas faciais são em pacientes do sexo masculino e a faixa etária mais acometida foi de 11 a 40 anos e o pico de incidência foi dos 21 a 30 anos, o relato de caso traz uma paciente do sexo feminino de 7 anos de idade. Quanto à etiologia, há prevalência de traumas relacionados a acidentes de trânsito, com grande predomínio, já a paciente foi vítima de acidente doméstico
Área
CIRURGIA CABEÇA E PESCOÇO
Instituições
UFPE - Pernambuco - Brasil
Autores
CAMILLA SIQUEIRA DE AGUIAR, VICTOR LEONARDO MELLO VARELA AYRES DE MELO, DEISE LOUISE BOHN RHODEN, RODRIGO HENRIQUE MELLO VARELA AYRES DE MELO, MILENA MELLO VARELA AYRES DE MELO PINHEIRO, MARCELA CÔRTE REAL FERNANDES, ANA LUÍZA INGELBERT SILVA, RICARDO EUGENIO VARELA AYRES DE MELO