Dados do Trabalho


TÍTULO

AGRESSÃO FÍSICA FACIAL EM GESTANTE CAUSADA POR FACÃO

INTRODUÇÃO

Estudos realizados em centros de referência em trauma constataram que os ferimentos provocados por agressões físicas correspondem a 23% dos traumatismos faciais, sendo 11,7% destes provocados por armas brancas. A discussão interpessoal é o motivo mais frequente das agressões, tendo a maioria dos pacientes sido agredida pela primeira vez. Os ferimentos causados por armas brancas têm como mecanismo a dissipação de energias de ordem mecânica. Através deste, as lesões são produzidas por ação perfurante, cortante, contundente ou em combinação. A avaliação inicial de todo paciente traumatizado segue os protocolos do PHTLS e do ATLS. Na avaliação específica para os ferimentos em face provocados por arma branca, são realizados os reparos cirúrgicos necessários, bem como antibioticoterapia e profilaxia antitetânica de acordo com as normas vigentes.

RELATO DE CASO

Paciente do gênero feminino, 16 anos, leucoderma, com 16 semanas de gestação em curso, sofreu agressão física por arma branca (facão) provocada pelo próprio companheiro, o que ocasionou ferimento corto-contuso extenso acompanhado de fraturas em maxila, zigomático e mandíbula, da hemiface direita. A paciente foi encaminhada a um serviço de referência em trauma, no qual recebeu o atendimento de acordo com as normas do ATLS. Durante o atendimento, foram solicitados exames de diagnóstico por imagem, onde foi visto na tomografia computadorizada a presença de fraturas do tipo cominutiva na região de osso zigomático, maxila e mandíbula da hemiface direita. Após o exame clinico e a análise dos exames imaginológicos, a paciente foi encaminhada ao bloco cirúrgico onde foi submetida à cirurgia de reconstrução minuciosa de ossos e tecidos lesionados. No processo cirúrgico foi feito o debridamento de tecidos desvitalizados, exéreses de corpos estranhos, reconstrução do tecido celular subcutâneo e sutura cutânea. Procedeu-se a esses procedimentos as reduções de fraturas ósseas às suas posições anatômicas originais através de osteossínteses a fios de aço com bloqueio maxilomandibular associado ao arco de Erich. Para o pós-operatório, foram prescritos analgésicos, antibióticos, antitérmicos e uso de corticosteroides até a regressão do edema. A paciente evoluiu dentro dos padrões de normalidade.

DISCUSSÃO

Dentre os ferimentos com arma branca, o qual se configura o do caso relatado, a literatura identifica que esses fazem parte de 23% dos provocados por agressões físicas. Autores relatam que traumas faciais ocorrem mais no gênero masculino, divergido do relato de caso, porém corroborado com a faixa etária da 3ª a 5ª década de vida como cita autores. Todos os tratamentos relatados para traumas faciais abordam o ATLS, abordagem cirúrgica, antibioticoterapia e profilaxia antitetânica, como foi abordada a paciente no presente caso. A literatura afirma que sequelas pós trauma facial são comuns e as mais relatadas são cicatrizes antiestéticas, deformidade facial, paralisias, a paciente do caso relatado não teve nenhuma sequela pós-operatória.

Área

CIRURGIA CABEÇA E PESCOÇO

Instituições

UFPE - Pernambuco - Brasil

Autores

CAMILLA SIQUEIRA DE AGUIAR, MARCELA CÔRTE REAL FERNANDES, RODRIGO HENRIQUE MELLO VARELA AYRES DE MELO, DEISE LOUISE BOHN RHODEN, MILENA MELLO VARELA AYRES DE MELO PINHEIRO, VICTOR LEONARDO MELLO VARELA AYRES DE MELO, LUCAS VIANA ANGELIM, RICARDO EUGENIO VARELA AYRES DE MELO