TÍTULO

TRATAMENTO CIRURGICO DE PROLAPSO RETAL VIA PERINEAL ATRAVES DA TECNICA DE DELORME ASSOCIADA A ESFICTEROPLASTIA E CIRURGIA DE PARKS

INTRODUÇÃO

Prolapso do reto significa a saída completa ou “parcial” desse segmento do intestino grosso pelo ânus, podendo ser aparente ou oculto. O prolapso retal é mais prevalente em mulheres com mais de 60 anos. Os sinais e sintomas do prolapso estão na dependência do estágio de desenvolvimento da anomalia. O diagnóstico é essencialmente clínico e o tratamento é cirúrgico. A escolha da melhor opção deve embasar-se na correção do prolapso e restauração da função anorretal de maneira a evitar recidivas.

RELATO DE CASO

C.M.N., feminino, 80 anos, com história de hipertensão arterial sistêmica, procurou atendimento médico com quadro de dor e sangramento anal contínuo, associado a dor abdominal em baixo ventre e astenia, há 8 dias. Refere quadro semelhante anteriormente e histórico de hemorroidas. Ao exame físico fora realizado o diagnóstico de prolapso retal, onde a conduta escolhida para o caso fora a abordagem cirúrgica. Sendo feita a incisão em mucosa 2,0 cm próximal da linha pectínea, seguida da infiltração de todo prolapso com solução diluída de adrenalina, dissecção e exérese de mucosa de toda a circunferência do prolapso até seu ápice. Ainda, realizou-se sutura com fio absorvível fazendo a plicatura da musculatura com quatro pontos cardeais e quatro pontos intercalados. Por fim, foi realizada a invaginação do reto, e a realização de uma incisão semi-circular posterior ao reto, ademais a dissecção do esfíncter externo e musculo puborretal, seguidos da aproximação da musculatura e fechamento da pele. Após o procedimento cirúrgico, paciente apresenta queixa de vômitos, dor local na região operada e astenia. Paciente veio a óbito no primeiro dia de pós-operatório devido à insuficiência respiratória.

DISCUSSÃO

A abordagem cirúrgica dos prolapsos retais pode ser feita por duas vias principais: transabdominal e perineal. A escolha do procedimento a ser utilizado é discutível, já que nenhuma técnica é completamente eficaz. A abordagem perineal por sua vez é menos traumática para o paciente, porém tem um índice de recidiva maior e é indicada a pacientes com alto risco anestésico cirúrgico e uma baixa expectativa de vida. A técnica de Delorme é essencialmente uma protectomia mucosa e um procedimento de plicatura da muscular, e está associada a baixos índices de mortalidade. O caso apresentado foi compatível com a técnica escolhida, no entanto devido a idade, e complicações adjacentes ao procedimento realizado não houve êxito em seu desfecho.