Dados do Trabalho


TÍTULO

TRATAMENTO DA NEOPLASIA INTRAEPITELIAL CERVICAL DE ALTO GRAU ATRAVES DA EXCISAO DA ZONA DE TRANSFORMAÇAO POR CIRURGIA DE ALTA FREQUENCIA: RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

O terceiro tipo de câncer que mais afeta as mulheres no mundo é o de colo uterino, sendo a Neoplasia Intraepitelial Cervical (NIC) sua lesão precursora, causada pelo Papilomavírus humano (HPV). De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o número de casos novos de câncer cervical foi de 16.370 mulheres (INCA, 2018). A Excisão da Zona de Transformação (EZT) através da cirurgia de alta frequência (CAF) é um tipo de tratamento proposto para a NIC, na qual a região lesionada é retirada por meio de uma alça elétrica de baixa voltagem. A grande vantagem dessa técnica é o baixo-custo-benefício, pode ser ambulatorial, com anestesia local, a excisão da lesão é rápida, a EZT é simultânea com a cauterização, proporcionando poucos efeitos adversos, como a hemorragia pós-operatória.

RELATO DE CASO

No Hospital Pérola Byington- Centro de Referência da Saúde da Mulher, duas pacientes com 27 e 39 anos de idade foram tratadas através de EZT após o diagnóstico cito-colpo-histológico de NIC de alto grau e DNA-HPV positivos para grupo de alto risco. A EZT por CAF foi realizada após a anestesia local com Lidocaína 2% sem vasoconstritor, em 4 pontos do colo uterino. A alça de alta frequência utilizada foi a número 19 (2,5X 1,5 cm) e no procedimento foi removido 1,7 cm de profundidade cervical (EZT tipo 2) e enviado para anatomopatológico o produto conizado, cujo diagnóstico demonstrou neoplasia intraepitelial de alto grau com margens livres. As pacientes não apresentaram complicações cirúrgicas e o colo uterino teve regeneração completa em 30 dias.
Após o controle de 6 meses do tratamento, pode-se observar que a paciente de 27 anos de idade evidenciou colposcopia - citopatologia normais e DNA-HPV negativo, enquanto a paciente de 39 anos de idade apresentou colposcopia-citopalogia normais e DNA-HPV positivo para grupos de alto risco.

DISCUSSÃO

De acordo com os resultados, é possível perceber que a paciente abaixo de 30 anos de idade demonstrou clareamento viral em 6 meses pós-tratamento, sugerindo que a idade é um fator relevante para a eliminação precoce da infecção viral. Enquanto a outra paciente submetida ao mesmo procedimento manteve DNA-HPV positivo após 6 meses, podendo-se levantar a possível hipótese que a resposta imunológica da paciente com mais idade possui progressão mais lenta quando comparada com a mais jovem, baseando-se no fato que ambas obtiveram margens livres. Por outro lado, assim como descrito na literatura atual, os dois casos relatados não foram observados complicações intra e pós-operatória, demonstrando ser uma técnica segura para o tratamento independente da faixa etária, não sendo necessário a internação, proporcionando a redução dos custo de saúde pública.

Área

GINECOLOGIA

Instituições

Universidade Nove de Julho - São Paulo - Brasil

Autores

Alessandra Colman Pacifico, Maria Cristina Chavantes, Renata Belotto, Giovana Monteiro Serrano, Rubens Eduardo Paiva